Folha de S. Paulo


Dilma pergunta sobre Lei Seca e Aécio comenta recusa ao bafômetro em 2011

No debate entre presidenciáveis promovido por SBT, UOL e Jovem Pan nesta quinta-feira (16), a presidente Dilma Rousseff (PT) questionou Aécio Neves (PSDB) sobre sua posição em relação à lei seca, que pune motoristas que são pegos embriagados ao volante -tema sensível ao tucano, que foi pego dirigindo com a carteira vencida e recusou-se a fazer o teste do bafômetro em 2011.

Aécio subiu o tom e disse que a candidata não tinha "coragem para a fazer pergunta direto".

"Eu tive um episódio sim, e reconheci. Eu tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso. Como a senhora não se arrepende de nada no seu governo", replicou.

Em 2011, ao se recusar a fazer um teste do bafômetro e dirigir com a carteira de habilitação vencida numa madrugada do Rio de Janeiro, Aécio teve o documento apreendido em blitz da Operação Lei Seca. À época, o tucano confirmou não ter feito o teste, mas disse que isso ocorreu porque os policiais já haviam constatado que sua habilitação estava vencida.

O ex-presidente Lula também lembrou o caso em discurso na cidade de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, nesta quarta (15).

O tucano ainda afirmou que Dilma foi "ungida presidente por um presidente muito popular" e que ela se acha "dona da verdade".

"A senhora caminha para perder essas eleições pela incapacidade que demonstrou inclusive de respeitar os seus adversários", disse.

Ao final final do debate, petistas minimizaram o peso da pergunta feita pela presidente.

"É exame ao qual todo mundo está submetido. Não pode querer ter cargo público e querer justificar fugir do teste do bafômetro. Carro é uma arma, não é uma coisa pessoal", disse José Américo, presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo.

"Não fizemos ataques pessoais. A presidente falou de uma lei. Se o candidato reconheceu uma condição particular dele, é problema dele", afirmou Miguel Rossetto, um dos coordenadores da campanha do PT.

Questionado sobre as baixarias, rebateu. "Agora tem tema proibido? Estamos discutindo propostas."


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