Folha de S. Paulo


Disputa ao governo do Ceará está empatada, mostra Datafolha

O ex-secretário estadual Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (PMDB) estão empatados na disputa do segundo turno ao governo do Ceará, segundo pesquisa Datafolha feita em parceria com o jornal "O Povo".

No levantamento realizado nesta quarta-feira (15), o petista marcou 45%, contra 40% do peemedebista.

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, Camilo e Eunício estão tecnicamente empatados. Mas é maior a chance de o petista liderar a disputa, segundo o Datafolha.
Brancos e nulos somam 6% dos eleitores, e os indecisos são 9%.

Editoria de arte/Folhapress

Camilo conta com o apoio do atual governador, Cid Gomes, do Pros, e de seu irmão, Ciro Gomes, atual secretário estadual da Saúde. Ambos usam Dilma e Lula em suas campanhas no rádio e na TV.

Segundo a pesquisa, ao considerar apenas os votos válidos, quando são excluídos brancos, nulos e indecisos, Camilo chega a 53%, ante 47%, ainda dentro do limite da margem de erro.

A rejeição aos candidatos é similar: 37% não votariam de jeito nenhum em Camilo, ante 35% no caso de Eunício.

DISPUTA ACIRRADA

Eunício terminou o primeiro turno em segundo lugar com 46% dos votos, atrás de Camilo, que somou 48%. A diferença entre eles foi de pouco mais de 58 mil votos, num universo de 5 milhões de eleitores no Estado.

Para o segundo turno, Eunício conseguiu formalizar o apoio do PSB, sigla que ficou em terceiro lugar na primeira fase da disputa. Já Camilo conseguiu atrair alguns pequenos partidos.

O PSOL, que lançou candidato ao governo e ficou com o quarto (e último) lugar, optou pela neutralidade.

Nesta nova etapa da campanha os dois candidatos têm travado uma briga pelo uso das imagens da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula (PT) nas propagandas de TV. Por pressão do PMDB nacional, Dilma não participou diretamente da campanha de nenhum deles, mas liberou que sua imagem fosse utilizada pelos dois.

Em seus discursos, os dois também se associam a projetos sociais do governo federal para alavancar suas propostas.

Enquanto Camilo diz que vai ajudar a ampliar o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, Eunício promete redobrar esforços para garantir o 13º pagamento do Bolsa Família.

Além de Lula e Dilma, Camilo tem se ancorado em Cid Gomes. Já Eunício também tem se apoiado no senador eleito Tasso Jereissati (PSDB), que venceu a disputa com 58% dos votos em seu retorno à política.

ATAQUES

A campanha do segundo turno tem sido marcada também por ataques. O senador peemedebista usa seu tempo de TV para levantar acusações de compra de voto na campanha do adversário.

Eunício fez uso de reportagens jornalísticas que mostram a prisão de um vereador do Pros com dinheiro e santinhos de Camilo no dia das eleições.

O governador, que esteve na delegacia para tentar liberar seu correligionário, afirma que a ação foi uma manobra política e disse que a Polícia Militar do Estado está dominada por uma "milícia" e à serviço de "uma campanha".

A referência é para o deputado estadual recordista de votos Capitão Wagner (PR), que liderou uma greve dos policiais em 2012 e, agora, apoia Eunício. Cid tem acusado o líder grevista de usar a polícia para forjar flagrantes e prejudicar a campanha de Camilo.

No primeiro turno, o peemedebista já tinha lançado uma ofensiva contra Camilo ao lembrar que ele foi secretário das Cidades do governo Cid quando estourou o suposto esquema de desvio de verba na construção de banheiros públicos no interior do Estado.

O petista contra-atacou com propagandas que colocaram uma interrogação na forma como Eunício elevou seu patrimônio em R$ 63 milhões nos últimos quatro anos como senador.

O Datafolha ouviu 1.293 pessoas, em 52 municípios do Estado. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com os números CE-00032/2014 e BR-01098/2014.


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