Folha de S. Paulo


Aécio sempre foi 'protegido' e não está acostumado a críticas, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu nesta quarta-feira (15) críticas de que teria subido muito o tom contra o adversário Aécio Neves (PSDB) no debate entre candidatos à Presidência da Band nesta terça (14), afirmando que o tucano se incomoda com críticas porque não está acostumado.

"O candidato não está acostumado a receber críticas porque ele tinha uma certa blindagem quando foi governador de Minas", atacou a petista, referindo-se à cobertura jornalística local na época em que Aécio era governador. Dilma participa de evento em comemoração ao dia do professor, no Club Homs na Avenida Paulista, em São Paulo.

Ela repetiu dados que expôs no debate, como o fato de o governo de Minas ter assinado um termo de ajustamento de gestão para poder fazer investimentos abaixo do mínimo constitucional em saúde e educação e, assim, ter deixado de aplicar R$ 7,6 bilhões e R$ 8 bilhões nessas áreas, respectivamente.

Dilma também lembrou a construção pelo Estado de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG), próximo a uma fazenda do ex-governador, caso revelado pela Folha, e o fato de ele ter empregado parentes na administração estadual.

"Não é correto ele achar que ele pode falar tudo e nós não podemos falar nada. Tem aí um componente, eu acredito, um tanto... Talvez o candidato tenha sido protegido a vida inteira. Talvez seja isso", disse Dilma. "Todo mundo que quer ser presidente da republica é obrigado a debater."

Apesar da crítica, a presidente também disse não gostar do tom do tucano nas discussões.

"Eu não gosto do tom que ele fala, acho que em alguns momento não é correto. Agora, entre isso e dizer que nós ficamos contando mentiras, eu quero que o candidato prove onde estão", afirmou

PRÉ-SAL

Ao discursar para cerca de 2.000 pessoas, segundo a organização do evento, ligadas a sindicatos de profissionais da educação e entidades estudantis, Dilma comparou os últimos 12 anos de gestão do PT com o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A presidente também criticou proposta de Aécio Neves para a exploração do pré-sal, cujos royalties, atualmente, são destinados à saúde e à educação.

Para a petista, uma mudança no modelo de partilha, em que o petróleo é considerado propriedade do Estado e não da empresa exploradora, implicaria na redução de recursos para essas duas áreas.

Aécio já afirmou que poderia retornar ao modelo de concessão, em que as empresas são donas do petróleo que encontram e pagam uma participação especial ao governo.

Dilma afirmou à plateia que, até o dia da votação do segundo turno, será uma "batalha".

"Nós com a verdade, eles com a mentira. Nós com a esperança, eles com o ódio", disse.


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