Folha de S. Paulo


Site do Tribunal de Contas de Minas sai do ar após citação de Dilma

Citado pela presidente Dilma Rousseff (PT) no debate da TV Bandeirantes na noite de terça-feira (14), o site do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Minas Gerais saiu do ar logo após a fala da candidata à reeleição.

No programa, a petista apontou que o governo de Minas Gerais não cumpriu o mínimo constitucional de investimento na saúde (12% do orçamento) durante as gestões Aécio Neves (PSDB). Ele comandou o Estado entre 2003 e 2010 e teria, nas palavras dela, "desviado" R$ 7,8 bilhões da área.

Dilma disse que os eleitores poderiam consultar o site do tribunal e constatar que "o governo foi obrigado a assinar um termo de ajustamento de gestão" para cumprir a legislação. Internautas que tentaram entrar na página após a afirmação da presidente, no entanto, não conseguiam acesso.

No debate, Aécio rebateu respondendo que os dados também estavam disponíveis em seu site, mas não estão.

Sites favoráveis ao PT trataram o episódio como uma "estranha coincidência", insinuando que o site teria sido "censurado" para evitar a consulta dos dados.

A Folha procurou o tribunal final da manhã desta quarta-feira (15). Funcionários da diretoria de comunicação afirmaram que a página havia saído do ar devido à grande quantidade de acessos e que uma resposta oficial seria enviada até o início da tarde.

A reportagem perguntou ao tribunal por quanto tempo o site ficou indisponível, o motivo da falha e o número de acessos registrados após o início do debate da Bandeirantes, mas as questões não foram respondidas até a publicação deste texto.

Na tarde desta quarta-feira (15), o site está no ar.

TERMO DE AJUSTAMENTO

Os governos do PSDB em Minas só passaram a cumprir o investimento em saúde a partir de 2013. O mesmo ocorreu na área da educação, cujo mínimo constitucional é de 25% do orçamento.

No debate, Aécio creditou a baixa aplicação de recursos à ausência de regulamentação sobre o tema, que permitia que cada Estado definisse quanto investir em saúde e educação.

A emenda 29, que estabeleceu o investimento mínimo nessas áreas, foi sancionada por Dilma em 2012, após o fim do mandato do tucano.

No mesmo ano, o governo mineiro assinou com o Tribunal de Contas do Estado o termo de ajustamento de gestão citado pela presidente durante o debate.

No acordo, firmado pelo sucessor de Aécio, Antonio Anastasia (PSDB), o Estado se comprometia a fazer um aumento gradual dos investimentos em saúde e educação.

Para a saúde, foram fixados os percentuais de 9,68% em 2012 e de 10,64% em 2013, chegando aos 12% no exercício de 2014.

Para a educação, os índices foram de 22,82% em 2012 e 23,91% em 2013, atingindo-se os 25% neste ano.


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