Folha de S. Paulo


Marina recebe comitiva do PSB de PE para discutir apoio a Aécio

A cúpula do PSB de Pernambuco viaja nesta terça-feira (7) a São Paulo para se reunir com Marina Silva (PSB), terceira colocada na disputa presidencial, para bater o martelo sobre o apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições.

O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o senador eleito no Estado, Fernando Bezerra, visitam Marina no apartamento em que ela costuma ficar hospedada, na zona sul da capital paulista.

A maioria dos pessebistas de Pernambuco defende apoio a Aécio, inclusive Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, morto em 13 de agosto em um acidente aéreo no litoral paulista. Na segunda-feira (6), Geraldo Julio passou boa parte do dia na casa de Renata para tratar do futuro político do partido no segundo turno das eleições presidenciais.

O PSB se reúne nesta quarta-feira (8), em Brasília, para definir sua posição. A Rede, grupo político de Marina, tem encontro marcado para esta terça. No entanto, Marina já avisou a interlocutores que, se não houver entendimento entre os dois grupos, tomará uma posição individual pró-Aécio.

Cortejada também pelo PT, Marina decidiu declarar apoio ao tucano, mas quer impor condições como a inclusão de pontos de seu programa de governo às propostas de Aécio, entre elas, a reforma política, com o fim da reeleição, ações de sustentabilidade, e educação de tempo integral.

Daniel Carvalho - 5.out.2014/Folhapress
O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, e a mulher Ana Luiza Câmara
O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, e a mulher Ana Luiza Câmara

Com a agenda cheia de entrevistas nesta segunda, Paulo Câmara acompanhou as negociações pelo telefone e, no fim da noite, reuniu a cúpula do PSB pernambucano em seu apartamento, no Recife, em uma conversa que entrou pela madrugada.

Aécio conversou por telefone com Câmara, Geraldo e Renata, argumentando que o projeto dele e o do PSB têm mais pontos de convergência do que de divergência.

Em Pernambuco, o entendimento do partido é de que apoiar a reeleição de Dilma Rousseff seria jogar fora todo o discurso crítico que Eduardo Campos defendia desde 2012, quando começou a se afastar do PT. Por outro lado, caso apoiem Aécio e ele perca, terão que arcar com a pecha de "aliados da direita".

Colocando prós e contras na balança, os pessebistas pernambucanos chegaram à conclusão de que apoiar a candidatura tucana seria mais coerente com o discurso de mudança do atual cenário político nacional defendido por eles. Segundo a Folha apurou, não houve opinião divergente no grupo.

Mesmo sem a presença de Campos, o PSB-PE mantém importância no diretório nacional por ter dado a maior votação do país a um governador nestas eleições: Paulo Câmara foi eleito com 68%.

Pernambuco, além de ter sido o único Estado do Nordeste em que a presidente Dilma Rousseff foi derrotada por Marina, foi também onde a ex-senadora teve sua maior votação –48,05% ante 44,22% de Dilma e 5,92% de Aécio.


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