A Câmara dos Deputados terá em 2015 o maior número de novos deputados ao menos desde as eleições de 1998. Foram eleitos neste domingo (5) 198 deputados que nunca exerceram mandato na Casa, o que corresponde a 38,6% do total de 513 parlamentares. Esse número superou o recorde anterior, que ocorreu nas eleições de 2006 com 37,6% de nomes novos.
Na série histórica disponibilizada pela Câmara, o último dado disponível se refere a 1998, quando houve a eleição de 35,7% novos parlamentares.
No total, 56,5% dos deputados que têm mandato na atual legislatura foram reeleitos, o que representa uma taxa de renovação de 43,5% na Câmara a partir de 2015. Essa taxa inclui os 198 novos parlamentares e outros 25 que já exerceram mandato em outras legislaturas.
O resultado deste domingo mostrou que 111 deputados não conseguiram se reeleger. Dos 401 que tentaram um novo mandato, 290 conquistaram novamente uma cadeira na Câmara.
Os números foram calculados pela Câmara com base no resultado divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
| Partido | Bancada | Reeleitos | % Reeleitos | TotalVotos | |
|---|---|---|---|---|---|
| PT | 70 | 48 | 68,6% | 13.554.164 | |
| PMDB | 66 | 38 | 57,6% | 10.791.946 | |
| PSDB | 54 | 28 | 51,9% | 11.071.751 | |
| PSD | 37 | 23 | 62,2% | 5.967.776 | |
| PP | 36 | 25 | 69,4% | 6.178.942 | |
| PSB | 34 | 15 | 44,1% | 6.267.878 | |
| PR | 34 | 20 | 58,8% | 5.632.996 | |
| PTB | 25 | 17 | 68,0% | 3.914.193 | |
| DEM | 22 | 15 | 68,2% | 4.080.756 | |
| PRB | 21 | 7 | 33,3% | 4.408.641 | |
| PDT | 19 | 11 | 57,9% | 3.469.168 | |
| SD | 15 | 11 | 73,3% | 2.637.961 | |
| PSC | 12 | 6 | 50,0% | 2.448.897 | |
| PROS | 11 | 8 | 72,7% | 1.977.117 | |
| PPS | 10 | 5 | 50,0% | 1.955.490 | |
| PC do B | 10 | 6 60,0% | 1.913.015 | ||
| PV | 8 | 3 | 37,5% | 2.004.464 | |
| PSOL | 5 | 3 | 60,0% | 1.745.470 | |
| PHS | 5 | 0,0% | 917.647 | ||
| PTN | 4 | 0,0% | 720.878 | ||
| PRP | 3 | 0,0% | 723.964 | ||
| PMN | 3 | 0,0% | 467.777 | ||
| PEN | 2 | 0,0% | 663.108 | ||
| PSDC | 2 | 0,0% | 500.021 | ||
| PTC | 2 | 0,0% | 338.117 | ||
| PT do B | 1 | 1 | 100,0% | 812.206 | |
| PSL | 1 | 0,0% | 808.710 | ||
| PRTB | 1 | 0,0% | 450.393 | ||
| Totais | 513 | 290 | 56,5% | 96.423.446 |
| Totais | ||
|---|---|---|
| REELEITOS | 290 | (56,5%) |
| De outras Legislaturas | 25 | (4,9%) |
| NOVOS | 198 | (38,6%) |
Todos os eleitos terão direito a salário mensal de R$ 26,7 mil, além de apartamento funcional, gastos ilimitados com telefone celular e verba para contratar assessores, entre outros benefícios. O mandato começa no dia 2 de fevereiro de 2015 e termina em 31 de janeiro de 2019.
Dentre os novos nomes no Legislativo, os campeões de votos foram dois deputados estaduais: Bruno Covas (PSDB-SP) e Clarissa Garotinho (PR-RJ), ambos parentes de políticos tradicionais.
Bruno é neto do ex-governador paulista Mário Covas (morto em 2001) e obteve cerca de 350 mil votos em SP.
Já Clarissa, filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, atingiu cerca de 335 mil votos, atrás apenas de Bolsonaro no Estado.
A futura legislatura também terá nomes novos na política, como o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez (PT-SP), mais votado da legenda no Estado com cerca de 170 mil votos, e José Stédile (PSB-RS), irmão do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) João Pedro Stedile.
Também foi eleito para a Casa o cantor sertanejo Sérgio Reis (PRB-SP), com cerca de 45 mil votos.
Há nomes conhecidos que estavam afastados, como a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT-CE), eleita com cerca de 130 mil votos.
Entre as derrotas mais significativas está a do presidente do PPS Roberto Freire (SP), que tem mandatos desde 1979. Também sai o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (SP).
Outros derrotados são o presidente do PV, José Penna (SP), e o pugilista Acelino Popó Freitas (PRB-BA), que ocupava uma cadeira após ter sido eleito suplente, e o cantor Netinho de Paula (PCdoB-SP).
BANCADAS
A divisão do tamanho das bancadas estaduais da Câmara é proporcional à população de cada Estado, o que leva São Paulo a ter o maior número de deputados: 70 no total. Minas Gerais tem a segunda maior bancada, com 53 deputados, seguida pelo Rio de Janeiro, com o total de 46 representantes na Câmara.
Os Estados com menor população têm 8 cadeiras, número mínimo previsto pela legislação, como o Acre, Distrito Federal, Roraima e Rio Grande do Norte.
Na divisão por partido, o Solidariedade foi o que reelegeu o maior percentual de deputados entre as maiores siglas da Câmara. De uma futura bancada de 15 parlamentares, 11 já ocupam mandatos na Casa (73,3% de reeleitos).
Da nova bancada de 70 deputados do PT, 48 foram reeleitos (68,6%). O PMDB, segunda maior bancada da Câmara, teve 38 deputados reeleitos na sua futura bancada de 66 parlamentares (57,6%).
O PSDB, principal partido de oposição, teve uma renovação mais alta. Reelegeu 28 deputados da sua nova bancada de 54 (51,9%).
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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