Folha de S. Paulo


PT perde cadeiras, e Câmara dos Deputados se fragmenta

O PT elegeu neste domingo (5) a menor bancada da Câmara dos Deputados desde 2002, quando chegou à Presidência, e partidos que não tinham representação na Casa ou surgiram depois das eleições de 2010 ganharam 77 cadeiras.

Foram eleitos 70 deputados do PT contra 86 em 2010, uma redução de quase 18,6%. Apesar da queda, o partido continua com a maior bancada da Câmara Federal.

Os dados se referem à contabilização do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com cerca de 99% das urnas apuradas.

O PMDB vai seguir como o segundo maior partido, com o total de 66 deputados. Há quatro anos, a bancada eleita dos peemedebistas somava 78 parlamentares.

Em contrapartida, Pros, PSD, Solidariedade e PEN elegeram 75 deputados. As três siglas foram criadas depois de 2010 e, pela primeira vez, terão representantes eleitos.

Na oposição, enquanto o PSDB manteve a mesma bancada eleita de 54 deputados, o DEM perdeu 21 cadeiras, ficando com 22 eleitos.

O PRB ampliou sua bancada de eleitos de 8 para 21 deputados. O crescimento da sigla é consequência da performance do apresentador de TV e especialista em direito do consumidor Celso Russomanno (PRB-SP), candidato mais votado do Brasil, com 1,5 milhão de votos.

Oito deputados do PRB em São Paulo foram levados à Câmara na esteira de Russomanno. Um deles, Fausto Pinato, recebeu apenas 22 mil votos.

Russomanno desbancou o palhaço Tiririca (PR-SP), que desta vez foi o segundo mais votado em São Paulo e no Brasil, com cerca de 1 milhão de votos, quatro anos após ter sido o campeão com cerca de 1,3 milhão de votos.

Atrás deles no ranking ficaram dois políticos que ganharam holofotes com declarações polêmicas contra os homossexuais: Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

A votação de Feliciano permitiu a eleição de Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Jair Bolsonaro, que teve cerca de 80 mil votos junto ao eleitorado paulista.

Dentre os novos nomes no Legislativo, os campeões de votos foram dois deputados estaduais: Bruno Covas (PSDB-SP) e Clarissa Garotinho (PR-RJ), ambos parentes de políticos tradicionais.

Bruno é neto do ex-governador paulista Mário Covas (morto em 2001) e obteve cerca de 350 mil votos em SP.

Já Clarissa, filha do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, atingiu cerca de 335 mil votos, atrás apenas de Bolsonaro no Estado.

A futura legislatura também terá nomes novos na política, como o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez (PT-SP), mais votado da legenda no Estado com cerca de 170 mil votos.

Há nomes conhecidos que estavam afastados, como a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT-CE), eleita com cerca de 130 mil votos.

Entre as derrotas mais significativas está a do presidente do PPS Roberto Freire (SP), que tem mandatos desde 1979. Também sai o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (SP).

Outros derrotados são o presidente do PV, José Penna (SP), e o pugilista Acelino Popó Freitas (PRB-BA), que ocupava uma cadeira após ter sido eleito suplente.

Editoria de arte/Folhapress

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