Filho do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB), o deputado federal Renan Filho (PMDB) confirmou o favoritismo e elegeu-se governador de Alagoas no primeiro turno neste domingo (5).
Com 100% das urnas apuradas, o peemedebista somou 52% dos votos, contra 34% do senador Benedito Biu de Lira (PP). Candidato do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), Júlio Cezar (PSDB) obteve apenas 8% dos votos.
Eleito numa coligação de 15 partidos, incluindo PT e PC do B, Renan Filho será, aos 34 anos, o governador mais jovem do país na próxima legislatura. Economista e ex-prefeito de Murici (a 50 km de Maceió), ele irá ocupar o cargo para o qual seu pai nunca foi eleito –tentou e foi derrotado em 1990 por Geraldo Bulhões (PSC).
A eleição de Renan Filho para o governo marca o sucesso do principal projeto político deste ano do senador Renan Calheiros.
Também amplia a força da família Calheiros no Estado. Além do filho, Calheiros ajudou a reeleger o irmão Olavo Calheiros (PMDB) como deputado estadual. Outro irmão, Remi Calheiros (PMDB), é o atual prefeito de Murici.
Atuando nos bastidores, Renan Calheiros foi o principal articulador da campanha do filho, para quem conquistou o apoio de prefeitos e ajudou a captar recursos para a disputa. Até setembro, a candidatura havia arrecadado R$ 7,5 milhões.
Uma estrutura profissional aliada à forte presença do candidato na capital e no interior foi a principal estratégia para conquistar votos.
VÁCUO GOVERNISTA
A campanha eleitoral em Alagoas foi marcada por forte crítica ao governo Teotônio Vilela Filho (PSDB), eleito em 2006.
Após dois mandatos, o tucano tem indicadores ruins na educação (penúltimo pior Ideb do país) e na segurança (64,6 assassinatos por 100 mil habitantes, segundo o Mapa da Violência). Em baixa, o governador não conseguiu viabilizar um nome natural para sua sucessão.
Indicou o ex-promotor Eduardo Tavares (PSDB), que acabou renunciando após o início da campanha por falta de estrutura e apoio. O vereador Júlio Cezar assumiu o posto para defender o legado do governo Vilela.
Apresentado no horário eleitoral como "bom gestor" e "líder jovem", Renan Filho cresceu no vácuo da impopularidade do governador.
Seu principal adversário, Biu de Lira, não conseguiu repetir o sucesso das eleições de 2010, quando surpreendeu na reta final e terminou a eleição para o Senado à frente de Renan Calheiros, que elegeu-se na segunda vaga.
O grupo de Biu fez parte do governo Vilela até maio deste ano, quando entregou os cargos para preparar um voo solo. Na reta final, recebeu um "apoio branco" do governador na disputa contra Renan Filho.