Folha de S. Paulo


Henrique Alves e Robinson Faria estão no 2º turno no Rio Grande do Norte

Os eleitores do Rio Grande do Norte decidiram levar para o segundo turno a decisão sobre o futuro governador do Estado, com o pleito a ser disputado entre o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e o vice-governador Robinson Faria (PSD).

Nas eleições deste domingo (5), o deputado federal obteve 47% dos votos, ante 42% de Faria.

O advogado Henrique Eduardo Lyra Alves, 65, descende de uma tradicional família de políticos no Estado.

Filho do ex-governador Aluizio Alves, que exerceu o cargo nos anos 1960, ele é primo do ex-governador Garibaldi Alves Filho, atual ministro da Previdência, e sobrinho do ex-deputado estadual e ex-vice governador Garibaldi Alves.

Logo após a confirmação do segundo turno, Alves agradeceu a todos que o acompanharam na campanha. "Tivemos uma votação consagradora, e por muito pouco não ganhamos no primeiro turno. Agora vamos conversar, corrigir erros, aperfeiçoar o que for possível e, com humildade e confiança, vamos buscar a vitória", disse.

O presidente da Câmara também abordou rapidamente a disputa presidencial. Henrique disse que ninguém imaginava que a disputa sofresse uma reviravolta, com Aécio Neves indo para o segundo turno.

"Marina estava na frente e, de repente, houve uma mudança. Brasil vai para uma campanha nacional muito polarizada e imprevisível. Vamos tentar consolidar e confirmar a vitória de Dilma aqui no RN", disse.

Caninde Soares/Alan Marques/Uol/Folhapress
O candidato do PDT Robinson Faria e Henrique Eduardo Alves, do PMDB, que disputam o segundo turno
Os candidatos Robinson Faria e Henrique Eduardo Alves, que disputam o segundo turno

Em 1971, Henrique Alves assumiu seu primeiro mandato como deputado federal.

Desde então, nunca mais saiu de Brasília: manteve o cargo por mais dez mandatos consecutivos. No fim dos anos 1990, licenciou-se da Casa para assumir como secretário de Governo e de Projetos Especiais na gestão de seu primo.

Alves teve a maior coligação majoritária do Estado, com 17 partidos, que lhe garantiram 9min18s de tempo de TV.

Também conseguiu unir em torno de sua candidatura as duas famílias mais tradicionais de políticos do Estado: os Alves e os Maia.

A ex-governadora Wilma de Faria (PSB), ligada aos Maia, disputou o Senado em sua chapa e o acompanhou em eventos pelo Estado.

Segundo colocado no primeiro turno, o advogado Robinson Faria, 55, foi eleito em 1986 deputado estadual pela primeira vez. Em 2010, venceu as eleições como vice-governador, ao lado da governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

A gestão de Rosalba foi uma das mais mal avaliadas do país. O mal estar político levou Robinson a romper com Rosalba no fim do mandato.

Médica, Rosalba foi criticada por pouco investir justamente na saúde, que havia elegido como prioridade. Gastou 14,7% da receita na área, muito perto dos 12% mínimos de investimento na saúde exigidos por lei.

ACORDO

A união dos Maia e Alves foi atacada por Faria, o principal adversário de Alves na disputa ao governo. Na TV, a campanha de Faria classificou Alves como "o candidato do acordão".

Alves tentou colar a imagem de Faria às más gestões dos últimos governos do Estado e da Prefeitura de Natal. Faria foi eleito vice-governador na criticada gestão de Rosalba Ciarlini (DEM), uma das mais mal avaliadas dos país.

Na TV, o presidente da Câmara se apresentou como responsável pela intermediação de recursos federais para o Estado.

Faria procurou desgastar Alves após a menção, pela revista "Veja", do presidente da Câmara entre políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema de corrupção em investigação na Petrobras.

E reprisou diversas vezes a imagem do ex-presidente Lula ao seu lado –o PT integrou a coligação de Faria.

Até a segunda parcial da prestação de contas de campanha, Alves havia gastado cerca de R$ 7,1 milhões, ante R$ 7,7 milhões de Faria.

SENADO

Já para o Senado, o RN elegeu a deputada federal Fátima Bezerra (PT), que derrotou a ex-governadora do Estado, Wilma de Faria (PSB).

A petista terminou com 55% dos votos, bem mais que os 43% obtidos pela principal adversária.


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