Jovem, com curso superior e com renda familiar acima de cinco salários mínimos.
Esse é o perfil do eleitor tanto de Luciana Genro (PSOL) quanto de Eduardo Jorge (PV) na corrida presidencial, candidatos que somam, cada um, 1% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha, finalizada na quinta-feira (2).
Os dois candidatos têm bandeiras mais liberais, como a defesa da união entre pessoas do mesmo sexo e a legalização das drogas e do aborto, que agradam jovens universitários (ou recém-saídos da faculdade), principalmente das grandes cidades.
Fabio Braga/Folhapress | ||
Eduardo Jorge durante o debate da TV Globo |
O Datafolha ouviu eleitores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal.
Genro chega a 2% das intenções de votos em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, mas é nas capitais que reside o forte de seu eleitorado. Em São Paulo, Rio e Curitiba, ela alcança os 3%, e em Porto Alegre, 4%.
Eduardo Jorge tem 2% na capital paulista.
Morador da Brasilândia, na periferia de São Paulo, Ariel Silva, 21, escolheu Genro por ela ser "insurgente". "Ela não quer a manutenção do sistema atual e defende direitos dos LGBTs e de outras minorias", diz o estudante de psicologia da FMU.
Cursando o último ano de direito da USP, Flora Sartorelli, 22, diz votar na candidata do PSOL por suas propostas na área de direitos humanos. "Ela fala em casamento gay, em legalizar o aborto e as drogas. E é a única que não aceita financiamento privado na campanha."
A defesa de temas da área de sustentabilidade pesa na escolha dos eleitores de Eduardo Jorge. "Fiquei em dúvida entre ele a Luciana Genro, mas escolhi o Eduardo porque é mais pé no chão, com uma agenda menos utópica. E tem propostas concretas para o ambiente", diz o estudante de design Douglas Chagas, 26, de Palhoça (SC).
Fabio Braga/Folhapress | ||
Luciana Genro durante debate da TV Globo |
Os irmãos Tati, 29, e Raul Hashizume, 24, de São Paulo, também vão de Eduardo Jorge neste domingo. "Ele tem propostas de mobilidade urbana, olha com seriedade para as questões ambientais. E defende a legalização das drogas, o casamento gay", afirma Raul, que não concluiu a faculdade.
ELEITORES CRISTÃOS
Pastor Everaldo (PSC), que também está na lista dos "nanicos" que conseguem pontuar nas pesquisas, arrebanha outro tipo de eleitor.
A maior parte dos eleitores do candidato do PSC cursou apenas o fundamental, tem idade entre 25 e 34 anos e renda familiar que não ultrapassa os cinco salários mínimos.
Sua base eleitoral é majoritariamente formada por evangélicos – tem 3% dos votos dos pentecostais, e 2% dos não pentecostais
Frequentador da Igreja do Evangelho Quadrangular, o vigilante Ezidio Priscila, 33, de Sorocaba (SP), afirma que votará no presidenciável do PSC porque ele "tocou seu coração" e é contra o aborto. "Você conhece os frutos pelas árvores. Ele é uma pessoa de Deus, conhecedora da palavra", diz ele, que completou o ensino médio e ganha dois salários mínimos.