Pela primeira vez na campanha, Tarso Genro (PT) está numericamente à frente de Ana Amélia Lemos (PP) na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, segundo pesquisa Datafolha.
O levantamento mostra o governador com 32% das intenções de voto, ante 28% da senadora. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há um empate técnico.
A surpresa do levantamento, contudo, é o avanço de José Ivo Sartori (PMDB), que atingiu 23% e está em situação de empate técnico com Ana Amélia. Com isso, a disputa por vagas no segundo turno está indefinida.
Em relação à pesquisa anterior, dos dias 25 e 26, quando Tarso e Ana Amélia estavam empatados com 31% cada um, o petista oscilou um ponto para cima, e a candidata do PP, três para baixo.
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Sartori subiu seis pontos.
Os demais candidatos somaram 3%. Votos brancos e nulos são 3%. Não sabem ou não quiseram opinar 11%.
A pesquisa indica que a disputa irá para o segundo turno, já que nenhum candidato ultrapassa 50% dos votos válidos -critério que exclui os brancos e nulos.
SEGUNDO TURNO
Na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha, Ana Amélia está numericamente à frente de Tarso: 44% a 41%. Na pesquisa anterior, a senadora tinha 44% ante 40% do petista.
Já numa simulação entre Sartori e Tarso, o peemedebista venceria por 45% a 40%. Sartori também está à frente numericamente num eventual confronto direto com Ana Amélia: 41% a 38%.
O instituto ouviu 1.357 eleitores em 54 municípios. A pesquisa, feita em parceria com o grupo RBS, foi registrada na Justiça Eleitoral com os números RS-00023/2014 e BR-00933/2014.
A CAMPANHA
O empate na pesquisa anterior animou os militantes petistas, que intensificaram a estratégia de desgastar Ana Amélia. Outros candidatos, que anteriormente concentravam suas críticas no atual governador, também passaram a atacar a senadora.
No debate na TV na terça-feira (30), Tarso chegou a afirmar que a adversária recebeu dinheiro público sem trabalhar. Ana Amélia foi funcionária comissionada no gabinete do marido, que era senador nos anos 80, quando ela era também jornalista de rádio e TV em Brasília.
A senadora adotou um tom mais agressivo e revidou com acusações contra o governo. Também criticou a candidatura do PMDB.
Com um bom tempo de televisão e a troca de acusações entre PP e PT, José Ivo Sartori avançou nas pesquisas desde agosto. Ele aposta no histórico de reviravoltas na reta final em eleições no Estado para ir ao segundo turno. Em 2002 e 2006, favoritos ao governo perderam fôlego e acabaram em terceiro lugar.
Com a ascensão de Marina Silva (PSB) nas pesquisas no mês passado, Sartori, que é ex-prefeito de Caxias do Sul, passou a colar sua campanha na da presidenciável.
Mas, em uma iniciativa ousada, mostrou na TV vídeos antigos de elogios de Dilma Rousseff e do tucano Aécio Neves a ele. O PSDB contestou a publicidade na Justiça.
Na propaganda eleitoral, o peemedebista adotou um estilo brando, que explora suas origens interioranas e faz poucas promessas.
Seu lema de campanha é "Meu partido é o Rio Grande", uma crítica indireta ao PT. Para conseguir a virada, Sartori conta com a boa estrutura do PMDB no interior, onde a sigla é uma das que mais possuem prefeituras.
SENADO
A disputa pelo Senado no Estado permanece empatada entre Lasier Martins (PDT) e Olívio Dutra (PT). Lasier tem 31% das intenções de voto ante 30% do petista.
Na semana passada, Olívio estava numericamente à frente: 31% a 29%.
Em terceiro lugar, segue o atual senador Pedro Simon (PMDB), que manteve 13%.