Folha de S. Paulo


Dilma diz que eleitor não pode 'correr o risco' de trocar projeto de governo

Em mais uma exploração do "discurso do medo", a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, no último programa de rádio do primeiro turno, que os eleitores não podem "correr o risco de trocar o Brasil que está dando certo" por "projeto que, no passado, já provou que não nos serve" ou por "promessas vazias".

A referência é dirigida aos seus dois principais adversários, o tucano Aécio Neves e a pessebista Marina Silva.

"O meu governo vai continuar garantindo os direitos dos trabalhadores, os empregos e os salários dos brasileiros, os investimentos no pré-sal e o apoio à indústria nacional, as melhorias na saúde", disse a petista em propaganda veiculada quinta-feira (2), acrescentando que "ao contrário dos adversários", ela "não abre mão" desses compromissos.

"Estou segura de que o Brasil não vai querer parar todos os avanços que conquistamos", completou.

Condenada pelo próprio partido em outras disputas eleitorais, a estratégia de afirmar que a população pode perder benefícios obtidos durante a gestão atual em uma eventual vitória da oposição tem sido usada desde a pré-candidatura petista.

A presidente também usou sua fala para atacar Marina Silva, que diz propor uma "nova política" com apoio de "pessoas competentes de todos os partidos".

"Alguns candidatos acham muito fácil falar. Falam uma coisa para um, falam uma coisa para outro. Uma presidente tem de assumir compromissos. Ela não pode falar palavras vazias. Uma presidente tem de ter apoios fortes e firmes, ela não pode ficar catando um e outro do jeito que der", afirmou Dilma.

MARINA E AÉCIO

Marina e Aécio concentraram seus últimos programas de rádio em críticas à gestão petista. Um narrador do programa tucano diz que "o Brasil não aguenta mais tanta denúncia de corrupção" e Aécio completa que "o PT se julga dono do Brasil e acha que pode fazer o que quer".

Na propaganda de Marina, os ataques foram feitos através de locutores, que cobram um plano de governo de Dilma. "No Brasil da Dilma a educação está melhorando, mas no Brasil de quem estuda em escolas públicas, a qualidade do ensino piorou. No Brasil da Dilma, a inflação está controlada, mas no Brasil de quem faz compras, a inflação voltou", diz um deles, completando que "o Brasil da Dilma só existe na propaganda do PT".

Em seguida, a letra de um jingle diz que "chega de mentira, o povo quer sinceridade". A peça é concluída com trecho do discurso de Marina feito em Paraisópolis, uma das favelas mais populosas de São Paulo, em que ela diz que "já é segundo turno".


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