Folha de S. Paulo


Temer diz que reportagem com denúncia sobre 2010 é 'factoide'

O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) engrossou o coro da presidente Dilma Rousseff (PT) e classificou como acusações "sem comprovação" as denúncias divulgadas neste fim de semana pela revista "Veja" sobre a campanha de Dilma à Presidência em 2010.

A reportagem afirma que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa diz ter recebido um pedido de contribuição de R$ 2 milhões para a campanha da petista em 2010. A presidente já havia classificado a reportagem como "factoide pré-eleitoral".

"A Dilma já disse que é um factoide. Uma coisa é ter um dado concreto, mas você tem uma alegação, nada mais do que isso", afirmou o peemedebista na tarde deste domingo (28), no interior de São Paulo.

Segundo a revista, o pedido de contribuição teria sido feito pelo ex-ministro Antonio Palocci, que foi um dos coordenadores da primeira campanha de Dilma.

A reportagem diz que a informação foi dada por Costa durante o depoimento no processo de delação premiada, no fim de agosto, para tentar reduzir sua eventual pena em caso de condenação no caso da Operação Lava Jato.

O vice-presidente e candidato à reeleição visitou a 33ª Expoflora, considerada a maior feira de flores da América Latina, em Holambra (a 133 km de São Paulo).

Temer ficou cerca de 15 minutos na feira. Fez um breve discurso no encerramento da festa e tirou fotos com prefeitos e candidatos a deputado da região.

O vice-presidente não quis comentar a investigação da PF que apura uma possível ligação entre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato.

Conforme a Folha publicou neste domingo (28), a PF investiga se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT. O tesoureiro afirmou que não teve nenhuma participação nessas negociações.

MARANHÃO

O peemedebista também comentou a ação realizada no Maranhão na semana passada pela Polícia Federal, que inspecionou o avião do candidato ao governo do Estado, o senador Lobão Filho (PMDB), e o candidato peemedebista ao Senado, o ex-ministro Gastão Vieira. Temer disse que considera o assunto como encerrado.

"O que houve foi uma inspeção sem mandado judicial. Tratava-se de um senador e de um ex-ministro que é candidato ao Senado e deputado federal. Houve um certo açodamento. Foi um ou outro membro da Polícia Federal que praticou este ato, a nosso modo de ver, impróprio", afirmou Temer.

Segundo integrantes do PMDB, seis homens que se identificaram como policiais federais abordaram Lobão Filho no aeroporto de Imperatriz e executaram a revista em toda a comitiva. O candidato, que havia participado de um ato de campanha na cidade, retornaria para a capital do Estado, São Luís.

Os policiais, de acordo com os peemedebistas, receberam a denúncia de que a comitiva de Lobão Filho transportava malas de dinheiro, mas nada foi encontrado na operação.


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