Folha de S. Paulo


Em São Paulo, PSDB abastece caixa de nanicos aliados

Com o maior arco de alianças da disputa pelo governo paulista, a campanha à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem abastecido o caixa eleitoral de partidos nanicos que a apoiam.

Nos dois primeiros meses da disputa, o comitê do tucano repassou R$ 1,05 milhão para seis partidos aliados, cinco deles pequenos: PT do B, PSL, PMN, PTC e PSC. Ao todo, as siglas receberam R$ 700 mil. A verba representou mais da metade da arrecadação delas no período.

Durante a campanha eleitoral, contudo, o tucano criticou mais de uma vez o excesso de siglas no país. "Isso vai destruir a democracia. É ingovernável. São pequenas e médias empresas, sustentadas por dinheiro público do fundo partidário", disse.

As transferências do PSDB saíram de doações das construtoras Queiroz Galvão e OAS feitas para o cofre da reeleição. Segundo os partidos, os recursos são aplicados nas campanhas a deputados federais e estaduais, além de financiar produção de material, viagens e outras atividades para promover o tucano.

As doações são previstas pela legislação eleitoral e foram declaradas na prestação de contas dos partidos.

A movimentação tem garantido sobrevida às campanhas dos nanicos. Os R$ 100 mil repassados ao PT do B representam 98% do total reunido pela sigla (R$101,4 mil).

"A situação para siglas pequenas não está fácil. Os doadores nem atendem o telefone se não forem amigos", disse o presidente do PT do B paulista, Antonio Rodrigues.

O dirigente negou que o auxílio financeiro tenha influenciado o apoio ao tucano e disse que a campanha prometeu contribuir quando possível. "Sempre estivemos com o governador", disse.

As contribuições também foram significativas dentro da arrecadação dos outros partidos no período. Os R$ 100 mil doados pela campanha de Alckmin representam 87% da arrecadação do PSL, 83% do levantado pelo PMN e 69% do suporte financeiro do PTC. Dos R$ 481,8 mil declarados pelo PSC, o PSDB foi responsável por R$ 300 mil.

"Quando fizemos a coligação, eles ficaram de, dentro da possibilidade, ajudar o partido para os candidatos que levam o nome do Geraldo Alckmin e do José Serra", afirmou o presidente do PTC em São Paulo, Ciro Moura.

Apesar de não ser nanico, o principal aliado do governador, PSB, teve o maior repasse do PSDB: R$ 350 mil.

Em 2010, foram R$ 2,7 milhões para nanicos aliados. Dois deles também receberam neste ano: PSC e PMN.

PT e PMDB ainda não declararam repasse a aliados.


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