Folha de S. Paulo


Depois de Temer, Renan acusa PF de intimidar Lobão Filho no Maranhão

Depois do vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta quinta-feira (25) a Polícia Federal de agir de forma "intimidatória" contra o candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho, que é filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Em ação orquestrada pelo comando do partido, a cúpula do PMDB decidiu reagir publicamente em defesa de Lobão Filho depois que a comitiva do candidato foi revistada por agentes da Polícia Federal na noite desta quarta-feira (24).

Os peemedebistas afirmam que a revista da Polícia Federal na comitiva de Lobão Filho tem como objetivo prejudicar sua candidatura ao governo do Estado.

O ministro Edison Lobão é ligado à cúpula do PMDB, especialmente a Renan e ao senador José Sarney (PMDB-AP).

De acordo com pesquisa Ibope do dia 20 de setembro, Lobão Filho (PMDB) aparece em segundo lugar com 27%. O ex-deputado Flávio Dino (PC do B) lidera a disputa ao governo do Maranhão com 48% das intenções de voto.

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O peemedebista Edison Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão
O peemedebista Edison Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão

Em nota, Renan disse que ações baseadas em "denúncias anônimas", como teria sido o caso da praticada pela Polícia Federal, só "se prestam a explorações políticas" durante o processo eleitoral.

"As instituições brasileiras devem estar zelosas de suas funções sem, entretanto, descambar para a exploração político-partidária", atacou Renan.

O presidente do Senado também afirmou que Lobão Filho é um "senador no exercício de suas atividades político-partidárias" que foi abordado de forma "intimidatória e anômala" pelos policiais federais quando regressava de uma atividade político-partidária no interior do Maranhão.

Mais cedo, Temer também soltou nota para acusar a Polícia Federal de abordar o candidato de forma truculenta e "intimidatória". Temer disse que integrantes da Polícia Federal fizeram buscas na aeronave, nos automóveis e nas bagagens de membros da comitiva do candidato, que estava no aeroporto, "sob o pretexto de buscar recursos ilegais de campanha".

Em ligação ao vice-presidente Temer realizada no início da tarde, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu apurar o fato.

O vice-presidente também afirma, na nota, que a "ação intimidatória" dos integrantes da PF não encontrou nenhuma irregularidade e foi baseada em denúncia anônima.

"No estado democrático de direito é inadmissível que forças policiais sejam instrumentalizadas para atingir candidaturas legitimamente constituídas", afirma Temer. "O procedimento foi baseado em denúncia anônima durante o curso da disputa eleitoral intensa", completou o presidente do PMDB.

Segundo integrantes do PMDB, seis homens que se identificaram como policiais federal abordaram Lobão Filho no aeroporto de Imperatriz e executaram a revista em toda a comitiva. O candidato, que havia participado de um ato de campanha na cidade, retornaria para a capital do Estado, São Luís. Os policiais, de acordo com os peemedebistas, receberam denúncia de que a comitiva de Lobão Filho transportava malas de dinheiro, mas nada foi encontrado na operação.


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