Folha de S. Paulo


Não é à toa que Alckmin tem apelido de picolé de chuchu, diz Lula

Num discurso recheado de críticas à imprensa e retomando o "nós contra eles", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (23) que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não assume responsabilidade pelos problemas de São Paulo.

Chamando o tucano de "picolé de chuchu", o petista citou como exemplo de omissão do governador a crise hídrica do Sistema Cantareira e disse que daqui a pouco a presidente Dilma Rousseff será culpada pelo problema de abastecimento de água no Estado.

"Não é à toa que esse governador tem apelido de picolé de chuchu porque é uma coisa insossa, como comida sem sal. Ele nunca fala nada grave do Estado. Se tem problema, é com o governo federal ou prefeitura. A questão da água, se você não fincar o pé, você e os prefeitos desse Estado, a culpa será de vocês. Eles governam esse Estado há 20 anos, mas não fizeram uma obra para ajudar. Não foi capaz de colocar nenhum copo de água a mais no Cantareira. Daqui a pouco vai estar jogando a culpa em cima da Dilma", provocou o petista durante comício em Guarulhos.

Lula mais uma vez acusou a imprensa paulista de blindar Alckmin e os tucanos. "Para nós do PT, a eleição nunca é moleza. Embora a imprensa tenha nascido para informar corretamente as coisas, aqui no Brasil e em são Paulo age como se fosse linha auxiliar dos nossos adversários e trabalhando contra o PT 24 horas por dia. Não estou falando desses meninos que estão aqui escrevendo, é que há uma decisão editorial de falar mal do PT, há uma política determinada de não falar das coisas boas que o PT faz", afirmou.

E completou: "Sabe qual a bronca que eles têm do PT? É que a Dilma vai falar amanhã na ONU e sabe a noticia que a Dilma vai dar é que a ONU anunciou que finalmente o Brasil saiu do mapa da fome.

Para o ex-presidente, se o problema do Cantareira fosse na gestão de um petista, ele não poderia nem sair na rua pela pressão da imprensa. "Se o governador fosse do PT, como a imprensa estaria tratando a questão da água. não poderia sair na rua de tanta acusação de incompetência. como o governador é do lado deles, é bom de bico, eles fingem que não é com eles. Tudo que acontece em São Paulo, eles fingem que não é com eles", declarou.

Lula afirmou que se Padilha ganhar a eleição e Dilma for reeleita eles farão uma revolução neste país junto com o prefeito Fernando Haddad e isso assusta os tucanos.

PESQUISA

A fala de Lula ocorreu horas após pesquisas apontarem a estabilidade de Padilha na terceira colocação da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e da recuperação de vantagem da presidente Dilma Rousseff em relação a sua adversária Marina Silva (PSB).

Com o cenário, Lula preferiu centrar fogo na disputa estadual. Nas referências à sucessão presidencial, ele minimizou a abertura de nove pontos de Dilma sobre Marina, segundo pesquisa Ibope. A declaração ocorreu em meio a comemoração de aliados no palco do comício.

"Quero dizer para vocês é que em pesquisa eu aprendi a não ficar nem eufórico quando está na frente nem triste quando esta atrás porque há um processo de evolução, de consciência da sociedade, depuração do voto das pessoas e agora o povo vai assistindo mais o programa de televisão, o voto que parecia certo não é tão certo, o que parecia que ia ganhar pode não ganhar".

Ele voltou a alfinetar Marina, sua ex-ministra do Meio Ambiente, destacando a escolha de Dilma para sucedê-lo. "Eu era presidente da República, tinha muitos ministros e ministras do PT, gente que conhecia há 30 anos e quando escolhi a Dilma sabia que era preciso escolher a pessoa mais competente", disse.


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