Folha de S. Paulo


PF vai usar carros de luxo apreendidos com Youssef e Paulo Roberto Costa

A Polícia Federal vai poder usar quatro carros de luxo apreendidos durante a operação Lava Jato, entre eles a Land Rover do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (22) pelo juiz federal Sérgio Moro.

O juiz atendeu ao pedido da polícia e autorizou que, além da Land Rover, sejam usados pelos policiais um Volvo e um VW Tiguan, do doleiro Alberto Youssef, e uma Toyota Hilux, apreendida com André Luís Paula dos Santos.

"Não é tolerável que bens apreendidos ou sequestrados sejam expostos à deterioração, perdendo o seu valor para a acusação, no caso de posterior decretação do perdimento, ou mesmo para os acusados, no caso de posterior devolução", afirmou o juiz federal, emendando que a medida vai "incrementar a eficiência do trabalho policial".

PRODUTO DE CRIME

Para Sérgio Moro, a Land Rover, modelo Evoque, que o ex-diretor da Petrobras ganhou de Alberto Youssef foi adquirida com recursos desviados da refinaria Abreu e Lima.

O empreendimento da Petrobras começou a ser construído em 2007 em Pernambuco. "Há indícios de que referido bem seja produto de crime", reforçou o juiz na decisão.

Quando a operação foi deflagrada, em março, a defesa de Costa reiterou que o carro, comprado por R$ 250 mil, foi repassado ao ex-diretor da Petrobras como pagamento por serviços de consultoria prestados a Youssef.

No caso da Land Rover, o juiz observou ainda que o veículo é blindado e, por isso, "especialmente interessante ao serviço público policial, sendo possível utilizá-lo para missões de risco ou que a segurança do condutor e conduzidos seja primordial".

A PF pleiteou ainda usar outras duas Hilux, também apreendidas durante a Lava Jato, entre elas a usada por Enivaldo Quadrado. O juiz, contudo, negou, uma vez que um dos veículos já foi devolvido e o outro é objeto de um processo de restituição.

Em sua decisão, Sérgio Moro deixou claro que os quatro carros sejam usados exclusivamente no serviço policial. Os carros ficaram em nome da PF no Paraná e serão usados pela Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado.


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