Folha de S. Paulo


Alckmin cita mensalão, e Padilha chama para 'discussão de homem'

A temperatura da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes subiu na tarde desta segunda-feira (22) após a propaganda do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no rádio chamar o candidato do PT, Alexandre Padilha, de incompetente, acusar o PT de mentir e citar que dois petistas que já disputaram ao governo local estão presos.

A propaganda de Alckmin não cita o julgamento do mensalão, mas o ex-deputado José Genoino e o ex-ministro José Dirceu, concorreram ao governo paulista em 2002 e 1994.

Os dois foram condenados e presos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por participação num esquema de desvio de recursos públicos e compra de apoio político no começo do governo Lula. Genoino cumpre prisão domiciliar e Dirceu está em regime semiaberto, sendo autorizado a deixar a prisão para trabalhar num escritório de advocacia.

"É, gente, aqui é São Paulo, incompetência do PT, aqui, não! Vocês sabiam que, dos últimos quatro candidatos que o PT apresentou para o governo de São Paulo, dois estão presos? Pense nisso", afirmou o locutor de Alckmin no rádio.

A subida de tom ocorre depois das pesquisas internas do PSDB indicaram um crescimento do petista nas intenções de voto, o que aumenta as chances de um segundo turno. Segundo o última pesquisa Datafolha, Alckmin lidera a corrida com 49% das intenções de voto, contra 22% de Paulo Skaf (PMDB) e Padilha com 9%.

A prioridade no QG de Alckmin é encerrar a disputa no primeiro turno. Antes da indireta sobre o mensalão, os apresentadores da campanha tucana classificaram a gestão de Padilha no Ministério da Saúde, entre 2011 e 2013, de "caos".

"Como ele pode querer ser governador de um Estado tão importante quanto São Paulo se ele não teve nem competência para administrar o Ministério da Saúde? É, gente, não dá para confiar no Padilha do PT que já demonstrou tanta incompetência", afirma o narrador. "Deixou a Saúde doente, deixou ela toda quebrada", completou.

O filme afirma ainda que o Ministério da Saúde com o Padilha do PT virou um caos. "Quando ele saiu do Ministério da Saúde, o governo tinha mais de R$ 12 bilhões para gastar com a saúde. Ele nem isso fez. E, para São Paulo, ele foi pior ministro ainda. Não mandou um tostão para os nossos AMES (Ambulatórios Médicos de Especialidades).

REAÇÃO

Em agenda no interior do Estado, Padilha reagiu ao programa tucano, mas não fez referência ao mensalão, apenas defendeu sua passagem pelo Ministério da Saúde. O candidato petista chamou Alckmin para o embate direto, sem atores.

"O programa de rádio dele é o sinal do desespero, do descontrole. Pare de contratar ator e seja homem, venha debater junto comigo, frente a frente", afirmou o petista. Pare de fugir de suas responsabilidades e pare de contratar ator. O eleitor não vai votar em ator", disse.

Para o petista, Alckmin está "descontrolado" porque está cada vez mais nítida a possibilidade de segundo turno. Ele afirmou que tem todas as credenciais para o cargo e que sua gestão revolucionou a Saúde.

Ele citou a criação do programa Mais Médicos, que levou profissionais brasileiros e estrangeiros para atendimento básico em áreas carentes, a expansão da farmácia popular, o Samu, entre outras medidas.


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