Folha de S. Paulo


Em debate, adversários tentam colar imagem de 'governador fraco' a Pezão

Os candidatos ao governo do Rio tentaram em debate nesta segunda-feira (22) colar a imagem de "governador fraco" a Luiz Fernando Pezão (PMDB), que busca a reeleição. O peemedebista foi chamado de "fantoche", ventríloquo" e "refém" do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e deputados de seu partido.

Durante debate realizado pela revista "Veja", a OAB-RJ e a Universidade Estácio de Sá, os ataques partiram do deputado Anthony Garotinho (PR), e dos senadores Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT). Eles buscaram explorar a suposta influência de Cabral em eventual novo governo do PMDB.

Além do ex-governador, os adversários de Pezão citaram diversas vezes a proximidade com o deputado Eduardo Cunha (PMDB), líder do partido na Câmara dos Deputados. "O senhor é um despreparado. Está aqui para ser o bonequinho do Cabral, que se escondeu e botou o senhor como ventríloquo para falar", disse Garotinho.

Pezão buscou polarizar o debate com o ex-governador, atacando a gestão do adversário e sua mulher, Rosinha Matheus, a frente do Estado (1999-2006). E ironizou a tentativa insistente de colar sua imagem a de Cabral. "Você tem um problema. Tem que sentar num divã e discutir essa questão com o Cabral. Estou aqui debatendo o futuro do Rio e você só fica falando do Cabral, cara", disse o governador.

Estacionado em quarto lugar nas pesquisas, Lindbergh repetiu sua estratégia de apontar Garotinho e Pezão como membros de um mesmo grupo político. "É possível construir um novo caminho. A política do Rio parece a política do Vasco. O Garotinho é a cara do Eurico Miranda, e o candidato Pezão é a cara de Roberto Dinamite, fraco que vai ser manipulado e pode afundar o Rio", disse o petista.

Crivella seguiu estratégia semelhante a do candidato do PT. E afirmou que a classe política do Estado foi "sequestrada pelos interesses das empreiteiras". "Essa questão do divã é engraçada. Na rua, as pessoas dizem para mim que nós trocamos de dupla. Antes era a dupla Cabritinho, Cabral e Garotinho, e agora a dupla Cabrão, Cabral e Pezão. Mas a turmo continua a mesma. O fato é que nós vamos mudar. Não sei se vai ser no divã, numa clínica...", disse o candidato do PRB.

Já Tarcísio Mota (PSOL), além de atacar Pezão e Garotinho, criticou Lindbergh pela permanência do PT no governo Cabral até março deste ano. "Uns tem que se explicar porque saíram quando saíram. Outros porque saíram há pouco tempo. E outros têm que esconder que fizeram parte esse tempo todo deste governo".

Pezão buscou polarizar o debate com Garotinho, com quem lidera empatado as pesquisas. A campanha peemedebista avalia que ele é o melhor adversário no segundo turno por ter a maior rejeição entre os candidatos (46%, segundo o Datafolha).

Nas duas vezes em que teve a oportunidade de perguntar, o peemedebista questionou o ex-governador por supostas falhas em sua gestão. Garotinho buscou sempre citar a participação de Pezão do governo Rosinha, no qual o peemedebista ocupou o cargo de secretário de Governo. "O Pezão, além de traidor, tem amnésia."

Desde o início da campanha, Pezão omitia sua participação no governo Rosinha em sua campanha. No debate, esboçou uma estratégia para se distanciar do casal Garotinho. "Não participei da elaboração do programa de seu governo. Participei do segundo governo nos dois últimos anos. Tenho muito orgulho da minha trajetória política", disse o governador.


Endereço da página:

Links no texto: