Folha de S. Paulo


Sob gestões petistas, Acre melhora indicadores sociais

O governador do Acre, Tião Viana (PT), pode ser reeleito no primeiro turno das eleições de outubro deixando como legado a ampliação da dívida e freio nos investimentos na infraestrutura.

Se reeleito, o controle do PT no Acre chegará a 20 anos, todo o tempo com o apoio da candidata a presidente Marina Silva (PSB). Nos quase 16 anos à frente do Estado, o PT obteve melhoras em vários indicadores sociais –aquém do possível, segundo a oposição.

Desde 1999, quando o petista Jorge Viana (irmão de Tião) assumiu o Estado, a dependência do Acre por recursos federais diminuiu de 84% para 68% da receita total.

Marcos Vicentti/Folhapress
Marina Silva, quando era ministra do Meio Ambiente, com o então governador do Acre, Jorge Viana
Marina Silva, quando era ministra do Meio Ambiente, com o então governador do Acre, Jorge Viana

Mas o Estado tem dependido de empréstimos crescentes para fechar as contas, o que elevou a dívida pública de 50,4% do total da receita, em 2011, para 68,5%, em 2013.

A oposição afirma que a máquina estadual, com 56 secretarias, autarquias e estatais, impede o equilíbrio fiscal. Entre 2011 e 2013, o gasto com custeio subiu 32%.

O Estado também não conseguiu iniciar as operações de uma zona de livre comércio inaugurada há dois anos. Praticamente sem indústrias, depende da agropecuária, piscicultura e madeira.

Editoria de arte/Folhapress

O secretário de Planejamento do Acre, Márcio Veríssimo, diz que custeio e endividamento aumentaram por causa da melhora do atendimento da estrutura governamental à população e do desaquecimento da economia, que reduziu a arrecadação.

Na área social, o Acre teve melhora na taxa de mortalidade infantil. O analfabetismo também caiu, mas o Estado segue com índice bem acima da média nacional (ver quadro). Em dez anos, a taxa de homicídios subiu 40%.

"O PT assumiu o Estado com indicadores péssimos lá atrás. Melhoramos muito, mas ainda há um longo caminho. Saúde e educação são desafios imensos num território amazônico e isolado", afirma Veríssimo.

Márcio Bittar (PSDB), adversário de Viana na disputa pelo Acre, afirma que é "brincadeira" dizer que o Estado evoluiu. Ele justifica o fracasso da oposição à "desunião, erros e amadorismo".

Nesta eleição, PSDB e PMDB se aliaram para tentar acabar com a hegemonia do PT e de "marineiros". A chapa inclui ainda o PP, que lidera com o candidato Gladson Cameli a disputa ao Senado.

"Após um ciclo de 16 anos do PT no poder, há um sentimento de mudança no Estado", afirma Cameli.

Uma de suas críticas é o PT não ter viabilizado uma ponte sobre o rio Madeira para ligar o Acre a Rondônia por estrada, o que ainda deixa o Estado dependente do transporte fluvial para se conectar com o resto do país.

Segundo o Ibope, Viana tem 42%, seguido por Bocalom (DEM), com 25%, e o tucano Bittar, com 19%.

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