Folha de S. Paulo


Ao lado de Gilberto Gil, Marina diz que 'cultura não é custeio, é investimento'

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, participa de um encontro com artistas e intelectuais na noite desta quarta-feira (17) na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio.

Para uma plateia de cerca de 200 pessoas, a candidata defendeu investimentos na cultura. "Cultura não é custeio, é investimento".

Ela começou seu discurso sem falar diretamente em cultura, mencionando os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que ela é quem melhor representa as vozes dos indignados dos protestos de junho de 2013.

Daniel Marenco/Folhapress
Ao lado de Gilberto Gil, Marina Silva visita a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio
Ao lado de Gilberto Gil, Marina Silva visita a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio

Marina afirmou que seu partido, a Rede Sustentabilidade, foi inviabilizado por ação política e recontou a história de sua aproximação com Eduardo Campos (PSB), candidato a presidente morto em acidente aéreo em 13 de agosto, de quem concorria como vice.

O principal destaque do ato foi a presença do cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Ele, que fez parte da equipe de Lula, ficou sentado o tempo todo ao lado de Marina. Do palco, cantou a capela uma música (ouça abaixo) que compôs especialmente para a candidata. Acompanhado por palmas ritmadas da plateia, ele emocionou a ex-senadora. "Marina vou eu, votar na Marina, Marina", dizia o refrão da canção.

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Já na chegada, ele explicou por que optou pelo apoio à candidata do PSB. "Já votei nela quatro anos atrás, é uma escolha velha. Gosto dela, se parece comigo. Eu me identifico, é a que mais parece com o encaminhamento que o país precisa ter em nome de sua história", disse.

Perguntado como se sentia combatendo a candidatura do PT, representada pela presidente Dilma Rousseff, tendo sido ministro de Lula, Gil respondeu: "A candidata também foi". Ele afirmou ainda não deverá assumir cargos em um eventual governo Marina, apesar da simpatia pela ex-senadora.

Já Marina agradeceu o apoio de Gil e lembrou do tempo em que os dois compunham o ministério petista. "Investir em Meio Ambiente e Cultura não é custeio, é investimento, nós dizíamos. Mas esse pessoal que via como custeio passava a tesoura na gente sem dó nem piedade", afirmou.

Outro que estava no ato era o cantor e compositor Jorge Mautner, que disse estar ali por concordar com a visão de Gil –ainda que faça campanha para candidatos do PT do Rio Grande do Sul também.

O ator Marcos Palmeira, que é filiado ao PSB, foi o cicerone e mediador do encontro, que colocou 12 representantes de diferentes segmentos artísticos para lançarem perguntas –que viraram grandes comentários e mensagens de apoio. Ele disse que a adesão só não foi maior porque muitos colegas atores estão no ar e impossibilitados de participar.

"(Marina) é a candidata de quem muito se fala de ouvir falar, mas pouco se ouviu da boca dela. Essa é a oportunidade de as pessoas ouvirem", comentou.

O grupo de artistas que representou os colegas cobrou aumento de recursos para o Ministério da Cultura e apresentou demandas especialmente do setor de produção audiovisual. Ensino de música nas escolas também entrou na pauta de reivindicações.

Segmentos do serviço público e servidores de agências como a Ancine (Agência Nacional de Cinema) também cobraram abertura de concursos públicos para repor aqueles que estão se aposentando e recursos para diversificar os meios de produção no cinema.

Entre os artistas e intelectuais presentes estavam Jorge Pontual, Marco Nanini, Eriberto Leão, Marcelo Rubens Paiva, Luiz Eduardo Soares, Beth Goffman, Otávio Muller e Victor Fasano.


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