Folha de S. Paulo


'Sei o que é passar fome', diz Marina em programa inédito

No programa de TV mais emocional feito até hoje pela equipe da presidenciável do PSB, Marina Silva embarga a voz para dizer que uma pessoa que já passou fome, como ela, jamais acabará com o Bolsa Família.

Trata-se de uma peça destinada a combater boatos segundo os quais a candidata interromperia o programa social criado pelo PT. A fala estabelece uma identificação com setores do eleitorado que já passaram por privações semelhantes. O filme, obtido pela Folha (assista abaixo), deve ser veiculado no horário eleitoral da noite desta terça-feira (16).

"Dilma, você fique ciente: não vou lhe combater com suas armas; vou lhe combater com a nossa verdade", grita Marina, sobre um pequeno palanque montado para um comício em Fortaleza na última sexta-feira (12). "Nós vamos manter o Bolsa Família...Eu sei o que e passar fome", completou.

Para integrantes da campanha, a fala de Marina se diferencia da de outros candidatos por não ter sido criada por redatores publicitários. O argumento é que um texto elaborado previamente não teria autenticidade.

No trecho mais dramático, Marina se recorda do dia em que sua família tinha apenas um ovo e "um pouco de farinha e sal" para alimentar oito filhos.

"Tudo o que minha mãe tinha para oito filhos era um ovo e um pouco de farinha e sal com umas palhinhas de cebola picadas. Eu me lembro de ter olhado para o meu pai e minha mãe e perguntado 'vocês não vão comer'? E minha mãe respondeu: nós não estamos com fome."

Veja vídeo

E o texto segue: "E uma criança acreditou naquilo. Mas eu depois entendi que eles há mais de um dia não comiam. Quem viveu essa experiência jamais acabará com o Bolsa Família."

A origem humilde de Marina remete à história de vida do ex-presidente Lula. Tanto que, hoje, a avaliação é de que somente eles, no cenário eleitoral atual, podem falar dessa maneira com o eleitor.

Com pouco tempo de TV, apenas dois minutos, o desafio da equipe de comunicação da candidata é justamente conseguir dialogar com o eleitor e, ao mesmo tempo, enfrentar ataques adversários. A presidente Dilma Rousseff tem, por exemplo, cerca de 11 minutos para conquistar votos e reverter rejeições.


Endereço da página:

Links no texto: