Folha de S. Paulo


Com o apoio de PSB e PSDB, presidente da Câmara 'esconde' Dilma

A pluralidade do palanque do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), na campanha pelo governo do Rio Grande do Norte, obriga o candidato a esconder seu apoio à presidente Dilma Rousseff em discursos pelo Estado.

Entre os 17 partidos do chapão de Alves estão o PSB de Marina Silva e o PSDB de Aécio Neves. Além disso, o PT está na chapa de oito partidos do candidato Robinson Faria (PSD), vice-governador do RN e principal adversário de Alves.

Na semana passada, por três dias a Folha acompanhou o candidato em eventos de campanha no interior do Estado. Em nenhum deles santinhos, cartazes e adesivos recebidos havia nome ou número da presidente.

A assessoria do candidato, porém, afirma que há material de campanha com Alves ao lado da petista.

Em entrevista à rádio "94 FM" no início do mês, Alves disse apoiar Dilma, mas tratou os três presidenciáveis de maneira equivalente. "Se a eleita for Dilma, tem o nosso apoio, é a nossa candidata a presidente da República.

Se for Marina, teremos a força de Wilma [de Faria, do PSB, candidata ao Senado na chapa de Alves], que a apoia. Se for Aécio, temos uma amizade forte", afirmou.

O nome de Dilma só é citado em discursos por Alves quando ele elenca os presidentes que já "bateram à sua porta" para "pedir ajuda".

"Não tem um presidente da República desde [José] Sarney, Itamar Franco, meu querido Lula, minha querida Dilma -que tenta sua reeleição-, não tem um deles que não tenha procurado Henrique deputado, líder [do PMDB], presidente [da Câmara], e eu não tenha ajudado a aprovar seus projetos pelo Brasil", disse em Caicó, no sertão do Seridó, na noite de sexta-feira (12).

No périplo feito pelo interior do Estado, o único a pedir votos de maneira direta para a presidente é o primo de Henrique Alves, o ministro Garibaldi Alves Filho (Previdência), que também desfila de "papamóvel" no meio da população.

"Para presidente, eu não quero perder o emprego de jeito nenhum. É Dilma", disse na manhã do último sábado (13), em Parnamirim, na região metropolitana de Natal.


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