Folha de S. Paulo


Em terceiro lugar, Aécio vê ritmo de doações diminuir

Rebaixado para a terceira colocação na disputa presidencial, o candidato Aécio Neves (PSDB) tem recebido menos doações no último mês de campanha.

Segundo coordenadores da candidatura ouvidos pela Folha, houve uma "redução no fluxo" de arrecadação do comitê tucano, principalmente entre os doadores "não tradicionais", que haviam engrossado as receitas do partido nos primeiros meses da eleição, mas agora recuaram.

Aécio fechou a segunda prestação de contas da campanha declarando ter reunido até 28 de agosto R$ 42 milhões em doações. Desde então, a reportagem apurou, arrecadou mais R$ 20 milhões –volume garantido por repasses acertados na primeira fase da campanha, mas que só se concretizaram agora.

Rivais dele, a presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva(PSB) declararam, no mesmo período, arrecadação de R$ 123 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente.

Embora não tenha cessado completamente, o dinheiro que está entrando preocupa porque o mais comum é que as doações aumentem na reta final para os candidatos considerados competitivos.

Mas as pesquisas de intenção de voto se tornaram "inimigas" de Aécio. À medida que o tucano não cresce, mínguam também as chances de ele continuar a ser visto como um candidato viável pelos grandes financiadores.

A queda no volume levantado fez com que a campanha readequasse seus gastos. A definição é de que o material de campanha já comprado no início da corrida eleitoral terá de ser suficiente para abastecer os comitês regionais até o fim do primeiro turno.

Os cortes atingiram o que é considerado "supérfluo", como pesquisas internas.

A determinação é ser "comedido" nos gastos, mas sem comprometer o andamento da campanha na reta final. A situação só não é considerada alarmante porque o PSDB fez um "colchão" de receitas ao longo do ano passado, quando Aécio assumiu a direção do partido de olho na sucessão presidencial.

O cenário de aperto que vive hoje é inverso ao que o tucano experimentou no início da corrida, quando era o principal adversário de Dilma.

Ao fim do primeiro mês de campanha, ele praticamente dobrou a arrecadação registrada no mesmo período pelo PSDB em 2010 e conseguiu superar os valores reunidos pela candidatura petista.

A reviravolta se deu com a morte de Eduardo Campos (PSB) e a consequente entrada da ex-senadora Marina Silva (PSB) na disputa.

Procurado, o chefe do comitê financeiro de Aécio, José Gregori, disse que a arrecadação está "de acordo com o previsto, suprindo as necessidades", mas admitiu esperar "um aumento no fluxo de caixa à medida que mais pessoas percebam que o êxito da candidatura de Aécio é indispensável ao país".


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