Folha de S. Paulo


Marina defende herdeira do Itaú e diz que ela é vítima de 'visão autoritária'

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, saiu em defesa de sua aliada Maria Alice Setubal, a Neca, educadora e herdeira do Itaú, e afirmou nesta quarta-feira (10) que o PT se vale de "visão autoritária da esquerda" para desqualificar a coordenadora de seu programa de governo.

Marina declarou que Neca está sendo "satanizada", já que, em 2012, quando ajudou na formulação do programa do então candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, não era criticada pelos petistas.

"Há uma visão autoritária da esquerda que se você estiver a serviço deles, você está ungido pelo manto de sua proteção. Se você tem outra escolha, aí você é satanizado. A Neca ajudou no programa do Haddad e, naquele momento, era tratada como educadora. Agora está sendo tratada como banqueira", disse Marina após agenda na periferia da capital paulista.

A ex-senadora rebateu ainda as declarações da presidente Dilma Rousseff (PT), que afirmou que a pessebista é "financiada por banqueiros".

"Em 2010, quem recebeu a maior quantidade de doações e financiamento de campanha do Banco Itaú foi a própria Dilma", afirmou a candidata.

Neca Setubal é responsável por coordenar o programa de governo da ex-senadora e foi descrita por Marina como "uma pessoa da academia que tem um trabalho relevante na sociedade".

AUTONOMIA DO BC

Marina também respondeu à propaganda eleitoral de Dilma na TV que critica a proposta do PSB de autonomia do Banco Central, por meio de lei e com mandato fixo para seu presidente e diretores.

Para ela, "nunca nenhum partido foi contra" à independência da instituição, que servirá para "preservar os empregos".

Segundo os petistas, o modelo proposto por Marina vai dar aos banqueiros "um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo".

"A autonomia do Banco Central foi consenso desde que veio o Plano Real (1994). Nunca vi nenhum partido ser contra", disse Marina. A ex-senadora afirmou que a autonomia do BC, porém, foi "corroída no governo Dilma".

"A autonomia é controlar a inflação, adquirir credibilidade, preservar os empregos e evitar o que acontece hoje na Petrobras", disse a candidata em referência ao que chama de aparelhamento da estatal pelo governo do PT.

A campanha de Marina entrou com dois pedidos de resposta junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra os programas de TV de Dilma que tratam das propostas da ex-senadora em relação ao pré-sal e à independência do BC.

Marina se diz "injustiçada" por uma série de "boatos e mentiras" espalhados pelos seus adversários do PT e do PSDB, partido de Dilma e do tucano Aécio Neves.


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