Folha de S. Paulo


FHC diz que casos de corrupção no governo PT têm sido 'quase uma regra'

Diante do novo escândalo sobre desvios na Petrobras, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta terça-feira (9) que casos de corrupção têm sido "quase uma regra" no governo do PT.

Após conferência em Nova York (EUA), o ex-presidente, aliado ao candidato Aécio Neves (PSDB), repetiu o discurso do tucano de que as denúncias de propina envolvendo a estatal são uma "outra forma de mensalão".

"Não é um caso, são muitos casos. Não é uma prática, é uma constante. Não é um desvio, é quase que uma regra", disse Cardoso a dois jornais brasileiros, entre eles a Folha.

O ex-presidente disse acreditar que Dilma Rousseff "não viu nada". "Mas, então, ela não é uma gerente competente. (...) Eu acho que ela precisa dar explicações mais consistentes", afirmou.

Nesta segunda-feira (8), a presidente afirmou, em sabatina feita pelo jornal "O Estado de S. Paulo", que nunca desconfiou de irregularidades na Petrobras.

Isabel Fleck/Folhapress
FHC participa de conferência sobre drogas em Nova York (EUA)
FHC, ao centro, participa de conferência sobre drogas em Nova York (EUA)

OCUPAÇÃO POLÍTICA

Para Cardoso, as denúncias feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa –como parte de um acordo de delação premiada mostram que houve uma "ocupação política" da Petrobras.

"Ela [a Petrobras] caiu nas mãos da política partidária. E isso deu margem à essa corrupção que é inaceitável, e acho que precisamos ir mais fundo", disse.

De acordo com reportagem da revista "Veja" desta semana, Costa relatou um esquema de desvios em contratos da estatal e citou como beneficiários o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), e os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Alves (PMDB-RN).

Estariam envolvidos também políticos do PT e do PP e o ex-governador de Pernambuco e ex-companheiro de chapa de Marina Silva Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).

O ex-presidente disse contar com órgãos como a Polícia Federal, Ministério Público e a Justiça para aprofundar as investigações sobre o caso. "A CPI [da Petrobras] está muito politizada, não fez nada até agora", afirmou.

Cardoso participou no MoMA (Museu de Arte Moderna), em Nova York, do lançamento do novo relatório da Comissão Global de Política sobre Drogas, do qual é presidente.

Editoria de Arte/Folhapress

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