Folha de S. Paulo


Cabral repudia acusações de ex-diretor da Petrobras sobre propina

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) afirmou neste sábado (6), por meio de sua assessoria de imprensa, que repudia a inclusão de seu nome "em qualquer dos fatos supostamente relatados pelo ex-diretor" da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, Costa citou, em depoimento em regime de delação premiada, o nome de Cabral como um dos envolvidos com o esquema de corrupção na estatal.

Questionado sobre a acusação, Cabral respondeu que, nos 7 anos e 3 meses em que esteve à frente do governo do Rio (2007 a 2014), "jamais indicou ou interferiu nas nomeações do governo federal, tampouco nas decisões gerenciais da Petrobras".

O ex-governador renunciou ao cargo em abril deste ano, em benefício de seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que disputa a reeleição. Após acordo com o PSDB e o DEM mediado pelo candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, ele desistiu de concorrer ao Senado e passou a apoiar a chapa que tem Pezão para governador e Cesar Maia (DEM) para o Senado.

DEMAIS GOVERNADORES

Além de Cabral, Costa cita a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).

Roseana disse que repudia as referências feitas a ela pelo ex-diretor da Petrobras. "Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade".

Editoria de Arte/Folhapress

O PSB decidiu não se pronunciar oficialmente pelo menos por enquanto. A avaliação é que Paulo Roberto Costa "apenas cita o nome de Eduardo Campos" e, dessa forma, dizem dirigentes do partido, é preciso esperar que haja provas contra Campos.

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, começou a tratar do esquema de corrupção na Petrobras na propaganda eleitoral que foi ao ar na TV na tarde deste sábado (6). Marina direcionou o foco do escândalo para o governo petista, falando principalmente do pré-sal. "No meu governo, os recursos do pré-sal vão ser usados para saúde e educação, não para corrupção", disse a candidata na TV.

PT

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) também aparecerem na relação de nomes citados por Paulo Roberto Costa.

Vaccari Neto disse que nunca tratou de assunto relativo ao partido com o senhor Paulo Roberto Costa e que é "absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto". Para a revista "Veja", Vaccareza disse que só esteve com ele umas duas vezes.

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse neste sábado (6) que vai aguardar as informações oficiais para tomar "todas as providências cabíveis". "Não haverá nenhum tipo de decisão com base em especulações", disse a presidente que participa neste sábado de um evento em homenagem às mulheres no centro de São Paulo.

PARLAMENTARES DO PMDB

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também menciona nomes de políticos do PMDB que teriam se beneficiado do suposto esquema, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), o senador Romero Jucá (RR), a governadora Roseana Sarney (MA) e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).

Em campanha em Petrolina (PE), Temer disse que "institucionalmente o PMDB não tem nada a ver com isso". "Não houve menção ao partido. Houve menções vagas a pessoas do partido A, B e C. Mas isso está nas mãos do Supremo Tribunal Federal. Eu não posso avançar a respeito disso, o que posso dizer é que o PMDB, institucionalmente, não tem nada a ver com isso", afirmou o vice-presidente.

DEMAIS CITADOS

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado João Pizzolatti (PP-SC) e o ex-ministro Mário Negromonte (PP-BA) também aparecem entre os políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras.

De acordo com a revista "Veja", Ciro Nogueira disse que conheceu Costa em eventos do partido e negou ter recebido dinheiro. Já Negromonte e Pizzolatti não responderam.


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