Folha de S. Paulo


Governador despacha com três ou quatro secretários, diz Benko

Fiado no discurso do então presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente de avião, o vereador Laércio Benko (PHS) lançou candidatura ao governo de São Paulo dizendo ser parte da "nova política". Com promessas de enxugamento da máquina, ele propõe a manutenção de apenas quatro secretarias de governo e corte de cargos comissionados.

Benko afirma que tiraria dinheiro da simplificação da máquina para investir em obras estruturais e em medidas como o passe livre para estudantes no transporte público. Para solucionar a crise hídrica, ele defende a transposição de água do Rio Paraíba do Sul, fruto de disputa entre os governos paulista e fluminense, para ajudar a abastecer o sistema Cantareira. "São Paulo sustenta o Brasil, nada mais justo que usemos a água do rio Paraíba nesse momento", afirmou.

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Folha - Como governar um Estado como São Paulo com quatro secretarias?
Laércio Benko - Na prática, isso já acontece. Eu tenho certeza absoluta que o governador Geraldo Alckmin e a presidente Dilma Rousseff não despacham rotineiramente com mais de três ou quatro secretários e ministros. Nós vamos ter quatro secretárias, onde haverá departamentos. Na secretaria de Gestão Pública, por exemplo, haverá os departamentos de Finanças, Justiça e Casa Civil.

Eduardo Knapp/Folhapress
O vereador paulistano Laercio Benko, que concorre ao governo de São Paulo pelo PHS, em entrevista
O vereador paulistano Laercio Benko, que concorre ao governo de São Paulo pelo PHS, em entrevista

Isso não seria um rearranjo da estrutura de hoje com secretarias mantidas com nomes de departamentos?
Sim, mas com funcionários de carreira, sem os funcionários de comissão. Nós vamos diminuir em 90% os funcionários de comissão. Isso daria 15 a 20 mil cargos a menos no Estado.

O senhor defende o passe livre para estudantes. De onde viria o dinheiro?
Esse eu vou cobrar da Marina [Silva], porque isso faz parte do programa de governo dela e do Eduardo Campos que nós, como dirigentes nacionais do partido, aprovamos.

Mas vamos supor que Marina não seja eleita.
Nós vamos enxugar o orçamento simplificando a administração. Nós não teremos como implantar imediatamente, mas em uns quatro anos vamos ter passe livre no Estado de São Paulo.

O PHS está em coligação com o PRP, partidos que não têm deputados estaduais. Como vocês fariam, se eleitos, uma base na Assembleia para aprovar projetos?
Nós vamos construir o nosso governo estadual nos mesmo moldes que a Marina vai construir no governo federal. Tem muita gente boa no PSDB, no PT e no PMDB no Estado. Vamos buscar pessoas competentes e fichas limpas para governar com a gente, mas escolhidas por mim, não pelos partidos.

No seu programa, o senhor fala que cortaria o lucro da Sabesp até o fim da crise de água, mas não explica como faria em termos de obras e valores para isso acontecer.
A Sabesp, por ser uma empresa que tem uma rentabilidade muito alta, tem uma liquidez mensal gigantesca -sem trocadilho. Qualquer fundo internacional investe na Sabesp com juros muito baixo. Vamos ter dinheiro rápido para fazer as obras emergenciais necessárias.
Não podemos esquecer que só nos sobrou o aquífero Guarani, que é o maior fonte de reserva de água potável do mundo, basta usar com sustentabilidade e eficiência. Vamos continuar a briga iniciada pelo governador Geraldo Alckmin [com o Rio de Janeiro] –acho que nesse ponto ele tem razão– para usar a água do rio Paraíba do Sul. São Paulo sustenta o Brasil, nada mais justo que usemos a água do rio Paraíba nesse momento de crise hídrica.


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