Folha de S. Paulo


PT aponta erros da campanha de Dilma e define ação contra Marina

A um mês das eleições, o comando nacional do PT se reuniu nesta sexta-feira (5), em São Paulo, para avaliar o cenário para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Na primeira parte do encontro, setores do partido fizeram críticas à propaganda na televisão de Dilma, às dificuldades de diálogo com os movimentos sociais e de defesa da reforma política após os protestos de junho.

A cúpula da legenda também discute uma estratégia para tentar desgastar a presidenciável Marina Silva (PSB), que se tornou a principal adversária da petista na briga pelo Planalto.

Segundo relatos, petistas avaliaram que a propaganda de Dilma, coordenada pelo marqueteiro João Santana, está técnica, com muitos números, faltando emoção e discurso social.

Integrantes do partido dizem que é importante o governo mostrar o que fez, mas que também é preciso apresentar ao eleitor um projeto futuro para tentar reagir ao desgaste do partido que está no poder há quase 12 anos.

A reclamação é que os comerciais destacam muitas obras, sem mostrar o impacto direto da mudança na vida cotidiana nos brasileiros.

A ideia é que o filme petista consiga municiar à militância para ir às ruas em defesa da reeleição da presidente.

NOVO BRASIL

Em mais um contraponto, petistas defendem que é preciso mostrar Dilma como a candidata de um novo Brasil que já está acontecendo, enquanto Marina se apresenta como o novo, mas está ligada ao passado.

"Marina é a nova que já nasce velha", comentou um petista.

Os petistas dizem que é preciso combater o projeto Marina, classificado de conservador. Alguns falaram que não é preciso atacar a imagem pessoal da adversária que já integrou o quadro do partido.

Na reunião, o governo também foi criticado por não ter patrocinado a defesa, após os protestos de junho, a realização do plebiscito para reforma política diante da resistência dos partidos aliados.

Houve críticas ainda de que falta um aceso direto de Dilma aos movimentos sociais, tradicional eleitorado do PT, deixando interlocução apenas nas mãos do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).

A expectativa é de que no fim do dia o partido divulgue uma resolução com a avaliação do cenário eleitoral, defendendo a reeleição de Dilma e engajando a militância, além de lançar ataques à proposta de Marina.


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