A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (5), em sabatina na rádio CBN, que está sendo vítima de factoides e de "perseguição" por parte de seus principais adversários nas eleições.
As afirmações surgiram após a ex-ministra do Meio Ambiente (2003-2008) ter sido confrontada, pelo jornalista Mílton Jung, com as reclamações feitas pelo PT sobre a sua renda obtida com palestras, e pelo PSDB, que tem dito que Marina é incoerente e muda de posição constantemente.
"É uma verdadeira perseguição, em todos os níveis tem CPIs [comissões parlamentares de inquérito] vasculhando a minha vida, em todos os lugares. Mas tenho a consciência livre e tranquila em relação aos meus dados. Se a Receita quiser abrir, eu não tenho preocupação em relação a isso", afirmou Marina, sobre a renda que ela ganhou nos últimos anos fazendo palestras.
Na última semana, o PT manifestou a intenção de pedir ao Ministério Público Eleitoral que abra uma investigação para apurar a eventual omissão da candidata sobre os ganhos que obteve com palestras proferidas a diversas instituições, entre elas bancos, empresas e seguradoras.
Ao ser questionada sobre alimentos transgênicos, a candidata do PSB disse que defende as mesmas posições que defendia desde os tempos em que esteve no Senado Federal.
"O [ex-] governador Aécio [Neves, candidato do PSDB à Presidência] faz esses ataques de que mudo de posição ao sabor da situação. Mas isso não é verdade. Desde o início eu propus fazer debate e não embate. As minhas posições são as mesmas", afirmou Marina.
Sobre os especificamente os transgênicos, Marina disse que defende a lei. E, para ela, não se pode fugir dos "regramentos existentes" sobre esse tema.
"O que nós defendemos [quando comandou o Ministério do Meio Ambiente] é que o Brasil poderia ter os dois modelos, de coexistência. Áreas sem transgênicos e áreas com transgênicos".
Para Marina, seus principais adversários políticos –a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e o candidato tucano– demonstram que estão "em uma situação de quase desespero".
Tanto a campanha petista quanto a tucana aumentaram a ofensiva contra Marina Silva após o crescimento da candidata nas mais recentes pesquisas de intenções de voto. Segundo o último levantamento feito pelo Datafolha, divulgado na última quarta-feira (3), Marina e a presidente Dilma estão empatadas tecnicamente: se o primeiro turno da eleição fosse hoje, a presidente teria 35% dos votos contra 34% de Marina
A candidata também se defendeu das acusações de que ela, quando participo do governo do ex-presidente Lula, barrou as principais obras de infraestrutura do país –principalmente as ligadas ao setor de energia elétrica.
"É mentira. Na época do Fernando Henrique [Cardoso, do PSDB] o ministério emitia 150 licenças por ano e nós chegamos a quase 300 licenças. Na minha gestão saíram licenças importantes como a da BR-163 [estrada na Amazônia], do São Francisco [obras de transposição] e de Santo Antônio e Jirau [usinas hidrelétricas no rio Madeira].
"Como podem dizer que a responsável pelos problemas que existem no setor de energia é uma pessoa que saiu do governo em 2008?", questionou.
Segundo Marina, a presidente Dilma deveria ser apontada como muito mais responsável pelos problemas no setor que ela. O mesmo vale, segundo Marina, para o setor do etanol, que está "no pó".