Folha de S. Paulo


Marina nega constrangimento em revelar quem pagou por suas palestras

Durante o debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan, nesta segunda-feira (1º), a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, negou que esconda o nome dos patrocinadores de suas palestras. Questionada sobre as empresas que pagaram R$ 1,6 milhão por suas palestras nos últimos três anos, a presidenciável afirmou não ver problema em revelar as fontes pagadoras, caso as companhias queiram revelar que a contrataram.

"Eu não tenho nenhum problema em revelar as empresas que me contrataram. Todos sabem que dou palestras sobre o desenvolvimento sustentável em todo o país, e não vejo contradição entre isso e a nova política", disse a ex-senadora.

"A Receita Federal é testemunha que pago todos os meus impostos com transparência", completou.

O valor pago a Marina por palestras foi relevado pela Folha no domingo (31). Em pouco mais de três anos, Marina diz que assinou 65 contratos e fez 72 palestras remuneradas.

Entretanto, ela se recusa a identificar os nomes das empresas e das entidades que pagaram para ouvi-la, alegando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade.

No ano passado, Marina pediu a entidades que a tinham contratado para não divulgar seu cachê.

LULA E FHC

A candidata também afirmou, em sua resposta, que gostaria de ver um comparativo entre os grupos que a contrataram e aqueles que pagaram aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Tanto Lula quanto FHC também mantêm em segredo os valores que recebem e a identidade de seus clientes.

Para a pessebista, não há contradição no pagamento por palestras e a chamada "nova política".

"É por causa da nova política que nunca busquei um cargo público para poder sobreviver. A vida toda eu trabalhei como professora, e quando fui parlamentar, nunca cobrei por qualquer palestra", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff (PT), escolhida para comentar a resposta de Marina, fez defesa da transparência nos cargos públicos.

"A questão da governabilidade implica em transparência. Nunca deixei de fazer algo que não fosse a favor do Brasil", disse.

Marina, em sua tréplica, rebateu a petista. "Eu busco a transparência e também para os R$ 500 milhões destinados ao BNDES que não estavam no orçamento público."

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