Folha de S. Paulo


Polícia faz buscas na sede da dona do jato da campanha de Campos

A Polícia Civil fez nesta quarta (27) uma operação de busca e apreensão na sede da AF Andrade, grupo que diz ter vendido o o jato em que Eduardo Campos (PSB) viajava quando ocorreu o acidente que o matou.

Um dos papéis apreendidos sugere, segundo os policiais, que o PSB teria alugado o avião de maneira clandestina –o que pode caracterizar crime aeronáutico.

O documento mostra que os empresários pernambucanos que alegam ter comprado o avião pagaram cerca de R$ 700 mil antes de assinarem qualquer documento, o que é incomum num negócio de R$ 18,5 milhões, o preço do jatinho da Cessna.

Joel Silva/Folhapres
A aposentada Odessa da Silva Fonseca, 72, observa danos causados em seu apartamento pelo acidente
A aposentada Odessa da Silva Fonseca, 72, observa danos causados em seu apartamento pelo acidente

O pagamento de R$ 700 mil foi feito em 12 de maio e o compromisso de compra foi assinado três dias depois por João Lyra de Melo Filho.

A principal suspeita dos policiais é que o jato não foi vendido, como diz o grupo AF Andrade, mas arrendado para a campanha do PSB.

Na Anac (agência que regula a aviação), o jato continua em nome do grupo.

A simulação de venda seria uma forma de evitar problemas com a lei, que proíbe que donos de jato aluguem as aeronaves. Só empresas de táxi aéreo podem prestar esse tipo de serviço.

O PSB diz que o jato foi cedido por três empresários e que ele seria declarado ao final da campanha.

O grupo Andrade está em recuperação judicial, com dívidas de R$ 341 milhões.

O advogado do grupo, Celso Vilardi, diz que a suspeita da polícia é improcedente e que já entregou os comprovantes da legalidade do negócio para a Polícia Federal, que também investiga o caso.


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