Folha de S. Paulo


Análise: Marina adota tom provocativo em debate fiel a script

Nova ameaça na corrida presidencial tanto para a petista Dilma Rousseff como para o tucano Aécio Neves, Marina Silva (PSB) mostrou no primeiro debate entre os presidenciáveis disposição para o ataque, mirando nos seus dois principais adversários.

Quem esperava uma Marina num estilo pacífico encontrou uma candidata assumindo um tom provocativo desde o início. Mirou em Dilma para fazer sua primeira pergunta, fazendo um link com as manifestações de rua de junho do ano passado, de onde vem boa parte de seu apoio.

Já a presidente petista preferiu seguir um roteiro que já pode estar um pouco desgastado pela novo cenário da disputa presidencial, com Marina na segunda colocação das pesquisas, e mirou na polarização dirigindo sua pergunta ao tucano Aécio Neves, cobrando dele explicação sobre medidas impopulares que chegou a dizer que tomaria à frente do governo.

Do seu lado, o senador mineiro, num estilo tranquilo e irônico em suas abordagens, fez o movimento mais esperado para quem foi ultrapassado nas pesquisas por Marina. Dirigiu a ela sua primeira pergunta, cobrando coerência da ex-senadora ao lembrar que a candidata deseja buscar o apoio de tucanos mas se recusa a subir no palanque de Geraldo Alckmin, que tem o apoio do seu PSB.

O roteiro do debate seguiu a cartilha dos estrategistas das campanhas. Inclusive na segunda etapa da pergunta entre candidatos. Aécio, precisando se recuperar, escolheu Dilma para sua questão. E a petista e Marina evitaram o confronto direto.

Em sua fala final, Marina, que cobrou tanto de Aécio como de Dilma o reconhecimento de erros do passado, deixou os ataques de lado e preferiu focar sua mensagem na perda de Eduardo Campos.

Dilma seguiu o roteiro de quem é governo e defendeu suas realizações.

O tucano aproveitou para atacar Dilma e Marina e se apresentou como aquele que faria mudanças sem riscos para o país.


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