Folha de S. Paulo


Em debate, Aécio defende manutenção de legislação sobre aborto

Questionado por Eduardo Jorge (PV) sobre seu posicionamento sobre a legalização do aborto, Aécio Neves (PSDB) defendeu a manutenção da atual legislação brasileira, que veta o direito às mulheres, exceto em casos de estupro e de fetos anencéfalos.

"Acredito que a legislação atual deve ser mantida, mas defendo que haja cada vez mais informação, sobretudo a adolescentes de baixa renda no brasil, sobre anticoncepcional e outras formas contraceptivas", disse o tucano, que participa nesta terça-feira (26) de debate promovido pela Band com os candidatos à Presidência.

Eduardo Jorge defendeu que a atual lei prejudica a população feminina. "A legislação é cruel, ela coloca 800 mil mulheres à própria sorte, procurando clínicas clandestinas e morrendo ou ficando com sequelas".

O Brasil, porém, não possui uma base de dados que mostre o número de abortos clandestinos ou de mortes associadas a ele.

Nas eleições de 2010, o tema aborto foi um dos principais da campanha eleitoral. O candidato do PSDB na época, o ex-governador de São Paulo José Serra, explorou o tema em busca do apoio de evangélicos e católicos mais conservadores, que viam em Dilma Rousseff uma posição dúbia.

Marina Silva (PSB), que é evangélica, também afirmou na eleição passada posição contrária à alteração de leis sobre o aborto.

HOMOFOBIA

Já a candidata do PSOL, Luciana Genro, questionou o adversário do PSC, Pastor Everaldo, sobre preconceito contra homossexuais. Na pergunta, porém, a candidata aproveitou para fazer uma crítica ao governo da presidente Dilma que, segundo a avaliação dela, cedeu a "setores reacionários" do Congresso em nome da "governabilidade". Ele negou ser homofóbico.

"Nunca tive preconceito, nunca fui responsável por morte nenhuma. (...) Venho militando desde 1981, nunca discriminei ninguém, independente de sua raça, credo, religião, condição social", respondeu, embora seu partido seja bastante criticado por militantes LGBT.

"Homofobia e transfobia matam. Pessoas são assassinadas por causa do preconceito. E políticas educativas contra isso são canceladas porque o governo faz concessões à bancado do Everaldo", rebateu Luciana.

SEGURANÇA

No primeiro bloco do debate, os candidatos foram questionados sobre suas propostas para a área de segurança.

Em sua fala, Dilma cobrou união entre os Estados para combater a violência no Brasil, e defendeu que a responsabilidade na área seja compartilhada com o governo federal. Como exemplo, ela destacou o êxito que o país obteve na área durante a realização da Copa do Mundo.

"Na Copa, nós criamos uma grande força de trabalho coordenada que fez da segurança na Copa um grande sucesso. Fomos capazes de ter um resultado muito efetivo na apreensão de drogas e de armas", afirmou.

Afirmando que cerca de 52 mil pessoas são assassinadas anualmente no Brasil, Marina prometeu investir em segurança, mas não explicou em detalhes o que faria na área, se eleita.

Já Aécio lembrou medidas que adotou quando governou Minas Gerais e cobrou a unificação de "esforços estaduais e da União".

O candidato do PV, por sua vez, defendeu a regulação das drogas ilícitas. "[A medida] Vai trazer um efeito positivo, vai esvaziar as penitenciárias e a polícia vai realmente tratar os crimes perigosos e que realmente fazem mal a sociedade", afirmou Eduardo Jorge.


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