Folha de S. Paulo


Em campanha na Rocinha, Pezão descarta necessidade de tropa federal

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, disse nesta terça-feira (26) que o Estado não precisa de tropas federais para as eleições. Mas afirmou que a decisão cabe ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), e não vê problemas numa eventual atuação do Exército ou da Força Nacional.

"Não temos problema nenhum em pedir apoio às forças de segurança, se o TRE fizer esse pedido com a gente. Quem sempre pediu foi o TRE, sempre foi assim. O secretário [de Segurança, José Mariano] Beltrame acha que temos condições de garantir as eleições. Se ele sentir que não, vai ser como nos outros anos", afirmou.

"Já houve diversas vezes em que a tropa já veio para cá. Não temos problemas em fazer essa parceria com as forças armadas e a Força Nacional", disse, durante agenda de campanha na Rocinha.

Horas antes da visita, houve uma troca de tiros entre policiais civis e criminosos no alto da comunidade.

A Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) realizou uma operação no local no início da manhã.

O presidente do TRE do Rio, desembargador Bernardo Garcez disse que irá esperar um ofício do governador para decidir se pede ou não a presença das Forças Armadas na eleição deste ano no Estado. De acordo com ele, o tribunal só pode pedir auxílio federal se o governador fizer o pedido formal e não apenas com a análise de um relatório policial.

'AGENDA POLÍTICA'

Nesta terça-feira, o secretário de Segurança do Rio também disse ser desnecessário pedir reforço às tropas federais nas 41 favelas mapeadas com supostos currais eleitorais por conta da atuação de traficantes e milicianos.

O governador disse que a polícia realizou a operação de forma autônoma, sem ser "pautada na agenda política".

"Faz [operação] qualquer dia que precisa. A área de segurança tem autonomia. Não tem interferência política. Ele faz operação a hora que ele quiser. Não pode ser pautado pela agenda política", disse o peemedebista.

Pezão disse ainda que em alguns locais seus cartazes são retirados ou danificados, mas afirmou que está "no coração do povo" em razão da política de ocupação de favelas.

"Entro em comunidades desde 2007. Nada me inibe. Pode apagar meu número das placas não tem problema. Eu sei que onde eu ando, estou no coração do povo."


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