Folha de S. Paulo


TRE adia decisão sobre presença das Forças Armadas em eleições no Rio

O presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, desembargador Bernardo Garcez, disse nesta segunda-feira (25) que irá esperar um ofício do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para decidir se pede ou não a presença das Forças Armadas na eleição deste ano no Estado.

De acordo com Garcez, o Tribunal só pode pedir auxílio federal se o governador fizer o pedido formal, e não apenas com a análise de um relatório policial.

O assunto foi analisado na sessão desta segunda, a partir de denúncias encaminhadas ao TRE e à Procuradoria Eleitoral de que candidatos estariam proibidos de fazer campanhas em áreas dominadas por traficantes ou milicianos.

Um relatório foi entregue também na manhã desta segunda ao desembargador Fábio Uchôa pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.

No documento, Beltrame lista 41 comunidades no Rio, Baixada Fluminense e São Gonçalo que estariam favorecendo a campanha de alguns candidatos e proibindo a entrada de outros.

"Pelo que vejo há necessidade de solicitação de forças federais. A situação parece caótica", afirmou Uchôa, indicando que votará pela vinda dos militares.

O presidente do tribunal determinou que cópias fossem cedidas aos outros desembargadores e que o tema fosse analisado na sessão de quarta (27).

O desembargador Garcez questionou o fato do relatório não ser conclusivo sobre a vinda ou não das Forças Armadas mas apenas relatar os fatos.

"Áreas de influência em eleição sempre existiram. Isso vem de muitos anos. O documento tem muitas meias palavras. Vamos aguardar a resposta do governador que vai se expressar com clareza e não através de um preposto", disse o desembargador Garcez.


Endereço da página:

Links no texto: