Folha de S. Paulo


Propaganda de Alckmin ataca segurança na gestão do 'PMDB de Skaf'

Após ser qualificado como um governador sem "garra" e "tesão" pelo peemedebista Paulo Skaf, a campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) criticou nominalmente, pela primeira vez, o principal adversário do tucano ao Palácio dos Bandeirantes.

No horário eleitoral de rádio na manhã desta segunda-feira (22), um locutor da campanha de Alckmin diz que "quando o PMDB de Skaf governou São Paulo a violência correu solta" e que, na época, a polícia não tinha combustível para as viaturas ou colete à prova de balas. O PMDB governou o Estado de 1983 a 1995. Desde então, São Paulo tem sido administrado pelos tucanos.

Após a crítica ao segundo colocado nas pesquisas, a propaganda abriu espaço para que Alckmin explicasse suas propostas para a área de segurança pública, uma das mais atacadas pelos concorrentes ao governo.

Embora a campanha tucana tente transmitir a ideia de que o governador tem "pulso firme" no combate ao crime, deixará as críticas diretas para narradores ou personagens das publicidades, em vez de virem diretamente das falas do candidato.

Como na propaganda televisiva na quinta-feira (21), Alckmin afirma que enviou projeto de lei à Câmara dos Deputados que pede aumento de pena de três para oito anos a menores infratores que cometeram crimes hediondos. Ele diz que foi a Brasília cobrar a aprovação da lei e que São Paulo "é o Estado que mais investiu em segurança pública", mas que há uma "cultura da impunidade".

"A vantagem de ter sido deputado federal duas vezes é que o senhor sabe como as coisas funcionam no Congresso", diz um dos apresentadores da propaganda após a fala do governador, citando que o tucano tem "experiência". Alckmin tem tentado colar a pecha de "aventureiros" em Skaf e no petista Alexandre Padilha, que nunca foram eleitos para cargos públicos.

A propaganda do governador cita, então, programas de campanha para a segurança, como o "Detecta", que utiliza de câmeras de monitoramento e alarme para aumentar a velocidade de resolução de crimes. O programa havia sido anunciado em abril, mas não foi completamente implementado. Também diz que há um acordo com a polícia americana para treinamento de efetivo.

SKAF E PADILHA

A propaganda de Paulo Skaf teve críticas menos diretas e deu mais espaço à apresentação de propostas para a educação. O peemedebista prometeu que, em um eventual mandato, acabaria com a aprovação automática nas escolas estaduais e, em dez anos, faria com que todas elas tivessem ensino em tempo integral.

A peça do peemedebista, presidente licenciado do Sesi (Serviço Social da Indústria), usa as escolas da entidade como modelos a serem implantados no Estado. Segundo Skaf, há recursos suficientes para implementar as medidas, mas "faltou planejamento". "Você deve estar se perguntando: e por que isso não foi feito antes? Para essa pergunta, não existe justificativa", diz.

A propaganda encerra com mais uma paródia da música "Lepo Lepo", da banda Psirico, sucesso do Carnaval deste ano, com críticas à educação. A versão anterior fazia menção à crise hídrica do sistema Cantareira.

A campanha de Alexandre Padilha optou por repetir a propaganda da quinta, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o candidato tem dez anos de experiência como ministro dele e da presidente Dilma Rousseff.

Sem detalhar as propostas, Padilha cita promessas de governo, como uma versão com especialistas do programa Mais Médicos e um bilhete único para a região metropolitana da capital, com até 25% de desconto no transporte público.


Endereço da página:

Links no texto: