Folha de S. Paulo


Marina convoca militância contra mentiras na internet

Em evento para a militância pessebista do Recife na noite deste sábado (23), a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) convocou seus apoiadores a "doar" tempo para rebater "mentiras" publicadas na internet.

"Comecem a fazer doação para a nossa campanha", disse a ex-senadora, frisando em seguida à juventude do partido que se tratava de "doação de tempo", não de dinheiro.

"[Deem] Uma hora, meia hora, [e] respondam às mentiras [nas redes sociais]", afirmou.

Após o evento, questionada pela Folha sobre quais seriam essas mentiras, respondeu apenas que "elas vão vir".

Daniel Carvalho/Folhapress
Lançamento de Marina e Beto Albuquerque para a militância do PSB de PE, no Recife
Lançamento de Marina e Beto Albuquerque para a militância do PSB de PE, no Recife

Na terra do ex-governador Eduardo Campos, morto no último dia 13, Marina fez sua estreia nas ruas como aspirante ao Planalto ao lado do candidato a vice Beto Albuquerque.

A ex-ministra discursou no palco ao lado da viúva de Campos, a economista Renata Campos, e dos filhos do ex-governador.

Durante os dois eventos de hoje –da manhã, nas ruas, e da noite deste sábado, no Clube Internacional, no Recife–, a memória do Eduardo Campos e do avô do ex-governador, Miguel Arraes (1916-2005), foi explorada durante todo o evento.

Na entrada do clube pernambucano, 2.000 chapéus de palha, símbolo de um dos principais programas do governo de Arraes –também usada pelo neto–, foram distribuídos.

Um carro de som circulava do lado de fora do clube divulgando um discurso na voz do ex-governador, que morreu em um acidente aéreo com outras seis pessoas no último dia 13 em Santos, no litoral paulista.

Militantes gritavam "Eduardo presente, Marina presidente", mas a campanha estreou no evento o jingle da campanha protagonizada por Marina: "Não vamos desistir do Brasil. Vamos junto com Marina".

MORTE DE CAMPOS

"No dia da morte de Eduardo [Campos], eu agradeci a Deus. Ainda bem que a gente já estava apoiando ele [sic] antes. Ainda bem que a gente viu nele o que ninguém ainda tinha visto. Ainda bem que a gente estava ali, ombro a ombro, lado a lado", disse Marina ao lado de Renata e dos três mais velhos dos cinco filhos do casal.

Renata não discursou nem deu entrevistas. Quando citada, agradecia timidamente e aplaudia menções ao marido.

"Eu não sabia que ele era a metade do que ele era, e que bom que ele se revelou maior do que parecia", afirmou Marina.

Na quarta-feira (20), Marina foi oficializada como nova candidata da chapa com o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) como vice-candidato.

"Não tenho a pretensão de ocupar o lugar de Eduardo. Ele é insubstituível. Mas [assumo a chapa] com o compromisso de dar continuidade ao seu legado", afirmou a ex-ministra do governo Lula.

"Um verdadeiro líder não deixa de liderar porque já não está mais entre nós. Ele continua naqueles que se dispõem a levar as suas ideias e a ser a sua voz", disse.

Marina só mencionou seus principais adversários, a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), uma vez. "Não estamos aqui para derrotar o Aécio. Não estamos aqui para derrotar a Dilma. Mas para fazer o Brasil vitorioso."

O evento reuniu no palanque o governador João Lyra Neto (PSB-PE), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e os candidatos ao governo, Paulo Câmara (PSB), e ao Senado, Fernando Bezerra (PSB-PE), ex-ministro da Integração durante o governo Dilma.

As críticas ao maior adversário de Câmara, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), foram feitas por Beto Albuquerque.

Ele cantou "Vira, vira, vira. Vira, vira, vira. Virou" e provocou o petebista que tem 47% das intenções de voto contra 13% Câmara, segundo a mais recente pesquisa Datafolha.

"Neste instante, o Armando tomou um frio na espinha", afirmou Albuquerque, referindo-se ao senador como "patrão ruim".


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