Folha de S. Paulo


PF cumpre mandados em empresas ligadas a Paulo Roberto Costa

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) a sexta fase da Operação Lava Jato, que apura esquema comandado por doleiros de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

Dessa vez, policiais miram no núcleo de empresas e pessoas próximas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Esta nova fase da Lava Jato acontece no Rio de Janeiro.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva do sócio de um dos genros de Costa. A polícia não divulgou o nome dele.

Costa foi diretor da Petrobras e, depois de deixar o cargo, passou a atuar na área de consultoria. É suspeito de manter parceria com o doleiro Alberto Youssef e de usar o prestígio na Petrobras para intermediar negócios com fornecedoras e empresas que prestam serviços para a estatal.

Daniel Marenco - 30.mai.2014/Folhapress
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua residência no Rio, em maio deste ano
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua residência no Rio, em maio deste ano

A PF passou a investigar empresas e movimentação financeira do ex-diretor da Petrobras e da família dele depois que as filhas e os genros de Costa foram filmados dentro do elevador carregando documentos do escritório do ex-diretor da Petrobras.

Costa foi preso em março, três dias depois de deflagrada a primeira fase da Lava Jato, suspeito de ocultar documentos. Parte da papelada que a PF conseguiu apreender dá, segundo investigadores, algumas pistas de como Costa planejava usar familiares em negócios considerados suspeitos. Um dos documentos diz respeito à abertura de empresas em paraísos fiscais em nome da mulher e das duas filhas dele.

Depois de passar 59 dias na cadeia, o ex-diretor da Petrobras foi solto e voltou a ser preso dias depois, dessa vez por risco de fuga. Costa escondeu da polícia que tinha um passaporte português e contas na Suíça com saldo de U$ 23 milhões.

As contas atribuídas a Costa e a seus familiares estavam em nome de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais, um recurso usado para dificultar que as autoridades encontrem e sequestrem os valores.


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