Folha de S. Paulo


'Será necessário fazer exame de DNA para identificação', diz secretário

O secretário de Segurança de São Paulo, Fernando Grella, disse que será necessária a realização de exame de DNA para a identificação de alguns corpos das vítimas do acidente aéreo que matou o candidato Eduardo Campos e outras seis pessoas na manhã desta quarta-feira (13) em Santos (SP).

"Há muitos locais com partes de corpos espalhado, é um trabalho delicado. Quando o material for recolhido, será levado a São Paulo", disse Grella, em entrevista coletiva na Prefeitura de Santos.

Segundo o secretário, já foi instaurado inquérito policial para investigar se houve homicídio culposo, mas a investigação começará após o laudo da Aeronáutica.

Grella não soube precisar quantos peritos do IML estão trabalhando

Os fragmentos de corpos encontrados no acidente da aeronave em que estava o candidato a presidência pelo PSB, Eduardo Campos, começaram a ser levados para São Paulo por volta das 17h30.

Segundo peritos ouvidos pela Folha, que participam das investigações no local, a identificação das vítimas se dará pelo exame de DNA, como ocorreu no acidente da TAM, em 2007.

Isso porque, em razão do forte impacto, os corpos foram mutilados em pedaços muito pequenos e não é possível fazer o reconhecimento visual.

Embora a investigação envolva a Polícia Científica de São Paulo e, também, peritos da Polícia Federal, essa caixa deve ficar em poder da Aeronáutica.

As investigações devem ser suspensas agora em razão da falta de luz e, também, das chuvas que caíram quase durante todo o dia.

Até agora, os peritos não conseguem fazer nenhuma suposição do que pode ter ocorrido.

O ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira (13) quando o avião em que estava com assessores caiu sobre um prédio em Santos (litoral de SP).

O avião caiu sobre um prédio na rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, região central de Santos. Sete pessoas que não estavam a bordo ficaram feridas e foram encaminhadas para um hospital da região.

Editoria de Arte/Folhapress

A fiação de todas as vias da região do acidente foi desenergizada para facilitar o trabalho de resgate e rescaldo do incêndio provocado pela queda do avião. A Secretaria Estadual da Saúde informou que o secretário da pasta, David Uip, também seguiu para o local.

Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), por volta das 9h50, o piloto da aeronave informou que tinha pouca visibilidade para pousar no Guarujá e arremeteu. Logo depois, a torre perdeu contato com o avião, que, em configuração padrão, tem capacidade para 12 pessoas.

Campos saiu do Rio de Janeiro em um jatinho Cessna 560XL Citation às 9h30, com destino ao Guarujá, cidade vizinha de Santos, no litoral paulista, onde cumpriria agenda com sua candidata a vice, Marina Silva.

Segundo o presidente do PSB-SP, Márcio França, que aguardava Campos na base aérea do Guarujá, a aeronave arremeteu. "Perdemos contato com o avião depois disso", afirmou França. Depois disso, durante cerca de uma hora, houve uma troca incessante de telefonemas entre integrantes da campanha, jornalistas e autoridades aeronáuticas para tentar localizar Campos.


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