Folha de S. Paulo


Campos morreu no auge de sua carreira política, diz vice do PSB

Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral afirmou que o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo nesta quarta-feira (13), "vivia o auge de sua brilhante carreira política" e "oferecia sua experiência e juventude ao serviço do País".

Em nota divulgada, Amaral disse que o país perdeu "um jovem e promissor estadista", quando mais "precisava de seu patriotismo, seu desprendimento, seu destemor e sua competência".

No texto, Amara fez uma defesa da postura de Campos durante a campanha à Presidência, nos últimos meses.

"Apresentou-se ao debate de nossas questões fundamentais, coerente com os princípios que sempre nortearem sua vida, e o primeiro deles era a busca por justiça social, razão de existência do Partido Socialista Brasileiro".

E completou: "não é só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder; não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista. Estamos todos de luto".

ACIDENTE

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira (13) quando o avião em que voava com assessores caiu sobre um prédio em Santos (SP).

Campos tinha 49 anos e estava em terceiro lugar na corrida presidencial. Tinha 8% das intenções de voto, de acordo com o Datafolha. Ex-governador de Pernambuco e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, era considerado um dos políticos mais promissores de sua geração.

A ex-senadora Marina Silva (PSB), candidata a vice-presidente, é a cotada para assumir seu lugar na cabeça da chapa. O partido terá dez dias para decidir e anunciar a substituição.

A presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição pelo PT, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, cancelaram suas agendas ao receber a notícia.

As causas do acidente ainda não foram confirmadas pela Aeronáutica. O avião Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, voava do aeroporto Santos Dumont, no Rio, para a base aérea do Guarujá (SP). Campos teria três compromissos de campanha em Santos.

Além do presidenciável, estavam a bordo quatro assessores: Alexandre Severo (fotógrafo oficial da campanha), Marcelo Lira (cinegrafista), Pedro Valadares (ex-deputado e assessor do candidato) e Carlos Percol (assessor de imprensa). Também morreram o piloto e o copiloto da aeronave.

NETO DE ARRAES

Campos morre num 13 de agosto, mesmo dia em que o avô, Miguel Arraes, faleceu em 2005, aos 88 anos. Perseguido pela ditadura militar, que o afastou do governo de Pernambuco após o golpe de 1964, Arraes lançou o neto na política na década de 1980.

O avião caiu sobre um prédio na rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, região central de Santos. Ao menos cinco pessoas que não estavam a bordo ficaram feridas e foram encaminhadas para um hospital da região.

Marina Silva também embarcaria com o companheiro de chapa. Segundo aliados, ela mudou a rota na última hora e decidiu pegar um voo de carreira com assessores. Ela recebeu a notícia em São Paulo e seguiu para Santos com assessores.

Eduardo Campos deixa a mulher, a economista Renata Campos, e cinco filhos: Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, que nasceu no começo de 2014.

Ele era filho de Ana Arraes, ministra do TCU (Tribunal de Contas da União), e do escritor Maximiano Campos (1941-1998).


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