Folha de S. Paulo


Campanha de Dilma em SP monta estratégia para driblar boicote de Skaf

Integrantes da coordenação da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em São Paulo decidiram nesta sexta-feira (8) baixar o tom das cobranças e abandonar o embate para que o candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, abra um segundo palanque para a petista.

Ficou acertado que a estratégia será mobilizar prefeitos por todo Estado, com reuniões regionais que poderão contar com a presença do ex-presidente Lula. A ordem do comitê da reeleição é espalhar a campanha da petista pelas cidades paulistas, onde Dilma reúne alta taxa de rejeição (47%).

Outro comando foi para que candidatos a deputado reforcem a ligação com a presidente em seus materiais de campanha e coloquem as candidaturas nas ruas.

A decisão foi tomada durante reunião com presidentes dos partidos aliados da campanha de reeleição em São Paulo, organizada pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, coordenador de Dilma no Estado, que é o maior colégio eleitoral do país.

O encontro teve representantes dos partidos da chapa de Skaf e do candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, Alexandre Padilha (PT), além do PRB que apoia a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Os aliados de Dilma disseram entender que a postura de Skaf faz parte de uma linha da campanha, mas cobraram que seu distanciamento seja em relação a candidatura de Padilha e não personificada na presidente.

Skaf deu diversas declarações para explicitar seu desinteresse em combinar sua campanha com a de Dilma. O principal argumento para resistir ao alinhamento é o temor que a rejeição da presidente contamine sua candidatura e enfraqueça seu principal mote de campanha: a de ser "terceira via" em uma polarização entre PSDB e PT.

Segundo o presidente do PCdoB paulista, vereador Orlando Silva, o entendimento é de que "somos todos Dilma". "A reunião veio consolidar a nossa estratégia para aumentar a mobilização pela reeleição da presidente. Skaf e Padilha cada um tem seu lugar, seu espaço, mas é a Dilma que nos une", afirmou.

Com a alta taxa de rejeição da presidente e com Padilha estacionado com dificuldades para decolar, Dilma e Lula estão intensificando as agendas em São Paulo e neste início de campanha já protagonizaram vários eventos. Os três petistas são esperados neste sábado para uma caminhada em Osasco, reduto eleitoral petista. No início da semana, Dilma deve ter outro ato na capital paulista, conversando com a juventude, público alvo de seus adversários na corrida pelo Planalto.


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