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Pezão diz que vai apoiar Dilma 'até onde o PT deixar'

Daniel Marenco/Folhapress
Candidato à reeleição, Pezão encerra sabatina com candidatos ao governo do Rio
Candidato à reeleição, Pezão encerra sabatina com candidatos ao governo do Rio

Candidato à reeleição, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse na manhã desta sexta-feira (8) que seu palanque está aberto a nada menos que cinco postulantes a presidente, mas afirmou que sua candidata é a presidente Dilma Rousseff (PT).

"Vou apoiar Dilma até onde o PT quiser, até onde o PT deixar", afirmou Pezão durante sabatina promovida em parceria entre a Folha, o UOL (ambos do Grupo Folha) e o SBT. Pezão foi o último candidato ao governo do Rio a ser sabatinado na série que ouviu os postulantes ao Palácio Guanabara. A sabatina foi conduzida pelos jornalistas Fernanda Godoy (Folha), Mauricio Stycer (UOL) e Humberto Nascimento (SBT). A ordem de participação dos candidatos foi decidida por sorteio.

O governador afirmou ainda que, se reeleito, dará continuidade ao projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e prometeu criar as condições para que as obras da linha-3 do metrô, que deverá ligar Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na região metropolitana, tenham suas obras iniciadas ainda em 2014.

Assista à integra da sabatina com Luiz Fernando Pezão

O projeto das UPPs, considerada a menina dos olhos do governo fluminense e alvo de críticas entre adversários, em especial Lindbergh Farias (PT) e Anthony Garotinho (PR), foi defendida enfaticamente pelo governador.

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Perguntado se a meta de expansão era pôr em ação 50 novas unidades em um futuro governo, evitou expor meta, mas afirmou que o foco das novas UPPs serão a zona oeste da capital, a Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo. "(As UPPs são o) segredo para termos atraído o desenvolvimento econômico para o Estado", afirmou Pezão.

Questionado se o governo teria condições financeiras de manter a política de UPPs, que envolve altos custos, o governador argumentou que as comunidades mais populosas –e que por consequência exigiriam maior efetivo de segurança–, como a Maré e o complexo do Alemão, já foram atendidas.

"Não vamos retroceder um milímetro da política de ocupação (de territórios). Vamos continuar a investir fortemente na política de UPPs", disse, destacando que "as crianças aumentaram a frequência escolar em 70% e o rendimento melhorou em 40%".

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CÓDIGO PENAL

Pezão defendeu mudanças na maioridade penal e destacou que o Código Penal deveria prever particularidades regionais, pois a lei que serve para regiões longínquas do Norte pode não servir para centros urbanos como o Rio ou São Paulo.

"A gente não pode ter o mesmo Código Penal no Rio de Janeiro, e em Rondônia, Roraima ou no Acre. Assim como nós não podemos ter um mesmo Código Florestal da Amazônia aqui para a cidade do Rio. São discussões que a gente tem de fazer cada vez mais no país", disse.

"A gente precisa discutir no Congresso, as penas. A maioria [dos crimes] são cometidos por menores de 18 anos. Não tem pena para esse jovem". E afirmou que para crimes hediondos a maioridade penal deveria ser revista.

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MARACANÃ

Pezão foi confrontado com críticas de adversários. Na terça-feira (5), Garotinho tinha dito que, se eleito, seu primeiro ato seria cancelar a concessão do estádio do Maracanã. "Acho isso um erro. O Maracanã dava R$ 12 milhões de prejuízo por ano".

Pezão disse concordar que os ingressos do futebol estão caros, mas culpou os clubes pela elitização das canchas esportivas. O candidato explicou o estouro das contas da reforma do estádio, que foram de R$ 700 milhões para mais de R$ 1 bilhão, pela necessidade de substituição da cobertura, o que não estava previsto no orçamento inicial.

"O Estado não fixa preço de ingresso, eu também acho caro. Quem pode mudar isso são os clubes", destacou.

TRANSPORTE

Sobre a prorrogação das concessões de transporte público, especialmente em metrôs e trens urbanos, Pezão explicou que teve de estender os vínculos com as concessionárias porque o Estado não honrou compromissos contratuais e poderia ser acionado judicialmente.

"Acho supernatural (a prorrogação) das concessões. O Estado não honrou com as obrigações que tinha e tivemos de prorrogar. O Estado era para ser multado, penalizado", disse, destacando que havia o compromisso de que o poder público comprasse composições tanto de metrô quanto de trens urbanos, o que não foi cumprido.

PALANQUE PARA CINCO

Na questão política, Pezão reiterou seu entendimento sobre o movimento Aezão –campanha pelo voto combinado em Pezão e em Aécio Neves–, de que seu palanque está aberto aos demais candidatos porque partidos de sua base apoiam outros candidatos.

"Em nenhum momento falei que apoiaria Aécio Neves. Na questão nacional, sempre falei que estaria com a presidenta Dilma. Pezão comentou que sua coligação tem partidos que apoiam Dilma, Aécio e ainda outros três candidatos: Pastor Everaldo (PSC), Levy Fidelix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC).

"O grande ativo que sempre tive foi me relacionar com todo mundo, não fico pendurado em blog falando da vida dos outros. A presidenta nos ajudou muito, tivemos um ótimo relacionamento", disse, alfinetando o adversário Garotinho, que mantém um blog que, entre outras questões políticas, traz postagens para constranger o governo do PMDB.


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