O senador Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo do Paraná, negou nesta quinta-feira (7) que tenha usado a estrutura da Polícia Militar para manter cavalos de sua propriedade quando era governador do Estado, entre 2003 e 2010.
"Isso é uma bobagem, não existe, é uma palhaçada total", afirmou, ao sair de sabatina promovida pelo Fórum Futuro 10 Paraná, que congrega representantes da economia paranaense.
Reportagem da Folha nesta quinta (7) mostra que documentos de inquérito da Polícia Militar indicam que a estrutura do governo do Paraná foi utilizada para a manutenção de cavalos na gestão de Requião no Paraná, de 2003 a 2010.
| Jorge Woll/Divulgação | ||
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| Governador Roberto Requião participa de uma cavalgada em Catanduvas (PR) |
Questionado após a sabatina se mantinha cavalos seus na estrebaria da PM, o senador disse: "Havia cavalos da polícia lá, faziam patrulhamento no local".
O peemedebista aproveitou para desqualificar os responsáveis pela denúncia, apresentada no início deste ano, que está sendo investigada pela PM e pelo Ministério Público.
O primeiro requerimento à PM sobre o assunto foi feito pelo ex-deputado estadual pelo PMDB José Domingos Scarpellini, hoje afastado politicamente de Requião.
"Cavalo come capim. Quem comia o que não devia eram os deputados que aderiram ao [atual governador] Beto Richa (PSDB)", comentou o senador. Parte do PMDB era favorável à aliança com o tucano nas eleições deste ano.
Na sabatina, o senador criticou a gestão das estatais Copel e Sanepar, de energia e saneamento, e a política fiscal do governo Richa. Afirmou que irá "restabelecer a ética e a moralidade" e que o Paraná precisa "voltar a ter gestão".
OUTRO LADO
Procuradas pela reportagem, a assessoria e a defesa de Roberto Requião haviam informado que não iriam se manifestar sobre uso de recursos públicos na manutenção dos cavalos.
Ao jornal "Gazeta do Povo" o advogado Luiz Fernando Delazari, assessor jurídico de Requião, disse que o total de cavalos do senador sob cuidados da PM era inferior a 88, mas não precisou o número.
Afirmou ainda que não houve irregularidade, porque os animais eram empregados em atividades da PM.
A PM do Paraná informou que não comentará o caso.