Folha de S. Paulo


Crise da água gera primeiro embate público entre Alckmin e Padilha

A crise de desabastecimento do Sistema Cantareira elevou o tom da campanha ao governo paulista e provocou nesta quarta-feira (6) o primeiro embate público entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seu adversário Alexandre Padilha (PT).

Em referência ao petista, o qual afirmou na terça-feira (5) que o tucano vive "no mundo da propaganda do Estado e da Sabesp" na crise de escassez de água, o governador disse nesta manhã que não se deve "subestimar a inteligência das pessoas".

Em resposta, Padilha disse no início da tarde que o PSDB tem de deixar a "arrogância" de achar que é o "dono da verdade" e acusou o governador de promover um "racionamento sujo".

A área da segurança hídrica é considerada pelos adversários do tucano um dos pontos fracos de sua administração e, por isso, tem sido alvo principal de seus adversários.

Eles acusam o governo paulista de não ter investido o suficiente para evitar a crise e irão explorar mais o tema na propagada televisiva, que terá início na semana que vem.

"Subestimar a inteligência da população de São Paulo é não ter feito obras durante dez anos e ter corte d'água em Campinas, em Guarulhos, nos bairros da capital, nos bairros de Osasco, fazer o vento encanado noturno e dizer que não está tendo racionamento", criticou o petista.

Na segunda-feira (4), em sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o governador acusou seus adversários de fazerem uso político da crise de escassez de água e afirmou que tem havido "muita exploração política" em relação ao tema.

Em evento de campanha, o petista ironizou o uso do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira.

"O governador aplica um racionamento sujo. Desde dezembro, cortou água de Campinas e de Guarulhos colocou vento encanado em vários bairros de São Paulo. A pessoa abre a torneira e vê água suja. É o racionamento sujo inaugurado pelo governo do PSDB", criticou.


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