Folha de S. Paulo


Em recado a Padilha, Alckmin diz que não se deve 'subestimar a inteligência'

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), rebateu nesta quarta-feira (6) crítica feita pelo candidato do PT à sucessão estadual, Alexandre Padilha, de que o tucano "vive no mundo da propaganda" ao se referir à atual crise de desabastecimento do sistema Cantareira.

Em agenda pública, o candidato à reeleição comentou a crítica feita pelo adversário petista. "Eu acho que não se deve subestimar a inteligência das pessoas", disse.

Na segunda-feira (4), em sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o governador acusou seus adversários de fazerem uso político da crise de escassez de água e afirmou que tem havido "muita exploração política" em relação ao tema.

Em resposta, o candidato petista afirmou na terça-feira (5) que o tucano está vivendo "no mundo da propaganda do Estado e da Sabesp". "Eleitoral é matar o Cantareira até a eleição", criticou.

O governador disse ainda nesta quarta que espera que a instalação no Congresso Nacional de uma CPMI para investigar denúncias de cartel em licitações de trens em São Paulo não seja utilizada para tirar o foco da CPI da Petrobras.

A comissão de inquérito, que deve ser criada nesta quarta-feira, irá apurar denúncias de corrupção de autoridades e de irregularidades em contratos nas administrações do PSDB à frente do governo paulista.

"Eu espero que não seja (para tirar o foco). Eu sou totalmente favorável à transparência absoluta, e não à transparência seletiva. Tudo o que for para investigar, para esclarecer, terá todo o nosso apoio", disse.

PROMESSA

O governador visitou nesta quarta um colégio credenciado no Programa Vence, que oferece ensino técnico a estudantes que cursam o ensino médio na rede estadual.

O evento foi divulgado pela assessoria de imprensa de sua campanha eleitoral. O tucano chegou acompanhado por assessores do governo e pelo secretário Herman Voorwald (Educação)

Em entrevista coletiva, prometeu que, caso seja reeleito, aumentará de 65 mil para 120 mil as vagas oferecidas pela iniciativa até o final de 2015.

Perguntado se estava no local em compromisso de governador ou de candidato, o tucano afirmou que se tratava de um "evento de governo".

"Eu vim aqui porque é um evento de governo. Eu já conheço o Programa Vence e visito as escolas, mas também dou uma mensagem sobre o futuro. Nós pretendemos elevar o número de vagas para 120 mil", prometeu.

A legislação eleitoral não restringe a presença de candidatos em compromissos relacionados à campanha eleitoral no horário de expediente.

A lei veda, contudo, o uso de servidores públicos para eventos de campanha eleitoral durante o horário de expediente e o uso de materiais ou serviços custeados pela máquina pública.

Neste caso, determina que os gastos sejam ressarcidos.


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