A nova sede da Igreja Universal, chamada de o Templo de Salomão, será inaugurada nesta quinta-feira (31) no centro de São Paulo sem o atestado dos bombeiros que garantiria que o local segue as normas de segurança.
A construção de 75 mil metros quadrados, com capacidade para receber até 10 mil pessoas, abrirá as portas às 19h em cerimônia com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo o Corpo de Bombeiros, a obra, que custou R$ 680 milhões, ainda não obteve o AVCB, o auto de vistoria que atesta existência de saídas de emergência, extintores de incêndio e rotas de fuga, entre outras coisas.
A construção também não tem o habite-se definitivo da prefeitura e começa a funcionar com uma licença especial, que dura seis meses.
Segundo a prefeitura, o atestado dos bombeiros não é obrigatório por se tratar de uma licença especial.
O habite-se definitivo do templo não foi emitido, entre outros motivos, porque a Universal originalmente havia sido autorizada pela prefeitura a reformar um edifício de 64 mil m², mas acabou construindo um prédio maior.
Um edifício garagem de 25 mil m² também foi erguido sem autorização. A igreja recorre para regularizar a obra.
Como a Folha mostrou hoje (30), parecer técnico apresentado à prefeitura diz que a igreja usou dados falsos para burlar a lei. No processo, a Universal pediu para reformar um prédio já demolido.
Procurada, a Universal disse em nota que "é no mínimo prematuro afirmar que tenha havido 'fraude' em qualquer etapa da construção do Templo de Salomão, que transcorreu ao longo de quatro anos sob intensa fiscalização e grande transparência".