Folha de S. Paulo


Campanha de Skaf usa fala de petista para reforçar ideia de mudança

Um dia após ser chamado de "amador da vida pública", o candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, afirmou nesta quarta-feira (30) ser, de fato, um "amador na vida política", mas um "profissional na gestão".

A fala é uma resposta ao prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff no Estado. "Não faço questão nenhuma de ser um profissional da política", rebateu Skaf.

O discurso vai ao encontro da tese que a campanha prega sobre Skaf ser uma terceira via, opondo-se ao embate entre PSDB e PT, que dominou as últimas corridas ao Bandeirantes.

Questionado se o impasse em relação a um palanque duplo para Dilma está sendo fomentado pelo diretório estadual do PT, o candidato reafirmou que sua candidatura é de oposição ao partido em São Paulo.

"É lógico que o PT estadual e o PSDB estão incomodados com a nossa candidatura", disse. "Mas isso significa que as coisas caminham bem em relação à candidatura."

SEGURANÇA PÚBLICA

O candidato do PMDB dedicou a agenda pública desta quarta-feira ao tema da segurança pública, em encontros com as associações de oficiais e de cabos e soldados da Polícia Militar paulista.

Ao lado de candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados ligados à PM, Skaf criticou a gestão do PSDB, apesar de um de seus principais colaboradores na área, Antônio Ferreira Pinto, ter sido secretário de Segurança Pública das gestões José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2009 e 2012.

Skaf disse não saber o motivo da ausência de Ferreira Pinto: "Vejo na minha agenda se tenho compromisso, mas quem vai ter e quem não vai estar, sinceramente, não sei".

Procurado, o ex-secretário Ferreira Pinto afirmou que teve um compromisso no interior do Estado e não poderia chegar a tempo.

As críticas ao PSDB na gestão da segurança pública partiram até mesmo do deputado estadual Conte Lopes (PTB), cujo partido apóia informalmente a reeleição de Alckmin. Ele tenta uma vaga de deputado federal neste ano.

"PT e PSDB passam a mão na cabeça de bandido e sentam a pua na polícia", afirmou Conte Lopes, usando jargão que equivale a "descer o porrete".

As falas mais pesadas partiram do candidato à Câmara dos Deputados Major Olímpio, que atualmente dá expediente na Assembleia Legislativa. "Não vou economizar com palavra educada, não", alertou. "Geraldo Alckmin e o PSDB não são adversários", disse. "São inimigos."


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