Folha de S. Paulo


Conflito em Gaza 'não é genocídio, é massacre', afirma Dilma em sabatina

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (28) que o conflito entre Israel e o grupo Hamas na faixa de Gaza não pode ser chamado de "genocídio", mas, sim, de "massacre".

Durante sabatina realizada pela Folha, pelo portal UOL (ambos do Grupo Folha), pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, Dilma lamentou a declaração do porta-voz israelense Yigal Palmor, para quem o Brasil é um "anão diplomático".

Segundo a presidente, a frase cria um "clima ruim", mas descartou ruptura das relações diplomáticas.

"Eu acho que o que está ocorrendo na faixa de Gaza é uma coisa perigosa. Não acho que é genocídio, mas acho que é um massacre. Não há genocídio, mas ação desproporcional. Tem que acabar aquela história de matar os três jovens israelenses. Mas não é possível matar crianças e mulheres de jeito nenhum."

Na semana passada, o governo brasileiro divulgou uma nota condenando a escalada de violência em Gaza sem citar ações tomadas pelo grupo Hamas, o lado palestino. Como gesto de reprovação, o Itamaraty chamou seu embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Pinto, de volta ao Brasil para "consultas".

Horas depois, a chancelaria de Israel reagiu. O porta-voz Yigal Palmor chamou o Brasil de "politicamente irrelevante" e de "anão diplomático". Na ocasião, a orientação do governo brasileiro foi não polemizar.

Dilma afirmou que o embaixador Sardinha Pinto "oportunamente" retomará seu posto e que não há "momento de ruptura".

"Lamento as palavras [do porta-voz israelense], elas produzem um clima muito ruim. Nesse caso, a gente tem de ser bastante prudente. Acho que a ONU (Nações Unidas) está completamente certa", disse. "Não posso especular se [o porta-voz] falou em nome do governo. Mas a decisão de ONU de exigir cessar fogo imediato é altamente bem-vinda. É uma questão humanitária, é uma faixa muito pequena, muita mulher e criança morrendo. A gente sabe que numa guerra desse tipo, quem paga são os civis", acrescentou.


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