Folha de S. Paulo


Em 'agenda secreta', Alckmin recebe bênção de evangélicos

Em busca do apoio dos evangélicos na disputa eleitoral deste ano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), participou na noite desta quinta-feira (23) de evento da Comunidade Sara Nossa Terra, na capital paulista.

Ao lado do ex-governador José Serra, candidato do partido ao Senado Federal, o governador subiu ao palco, orou de olhos fechados, ergueu a mão direita e repetiu palavras de louvor. Em agradecimento à bênção recebida pelo bispo Robson Rodovalho, líder da comunidade, discursou.

"A unção dobrada vai duplicar a fé de cada um e a fidelidade a Jesus e a esta igreja", desejou o tucano.

Gustavo Uribe/Folhapress
Em 'agenda secreta', o candidato a reeleição em SP, Geraldo Alckmin, recebe bênção de evangélicos
Em 'agenda secreta', o candidato a reeleição em SP, Geraldo Alckmin, recebe bênção de evangélicos

A presença do governador no evento não foi informada à imprensa nem pela assessoria do governo nem pela assessoria da campanha. De acordo com ambas, o tucano não teria agenda pública nesta quinta-feira (23).

Não é a primeira vez que o governador comparece a um encontro com evangélicos e a assessoria do governo não informa a imprensa. Em março, a presença dele em culto em homenagem ao pastor Enéas Tognini, da Igreja Batista do Povo, não foi incluída em sua agenda pública.

Em busca do apoio evangélico, membros da campanha tucana ao governo paulista se reuniram na semana passada com lideranças dos segmentos católico e evangélico. O objetivo da reunião foi articular uma agenda de encontros do governador com pastores e padres.

Antes da chegada do tucano ao evento, o bispo Robson Rodovalho avaliou que o apoio ao governador é natural e que Geraldo Alckmin é um "amigo" e "companheiro" de longa data.

Na disputa presidencial, o bispo, cuja comunidade tem cerca de 1.060 igrejas pelo país, afirmou ainda não ter definido uma posição. Ele disse estar em dúvida entre os candidatos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Pastor Everaldo (PSC).

De acordo com ele, o apoio está condicionado, entre outras propostas, ao compromisso dos presidenciáveis em não alterar as atuais legislações referentes ao aborto e às drogas. O bispo, que apoio a candidatura da presidente em 2010, criticou o que chamou de "aparelhamento do Estado" na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Aparelhar o Estado para fazer uma máquina de doutrinamento, isso não faz sentido para gente. Querem destruir uma família entre homem e mulher? E a procriação?", questionou.


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